O metanol é altamente tóxico e, em doses elevadas, pode causar cegueira ou até levar à morte. A legislação brasileira limita a presença da substância em combustíveis a 0,5% e, em bebidas destiladas, a 20 miligramas a cada 100 ml.
A substância é rapidamente absorvida pelo corpo. Os primeiros sintomas podem ser sentidos de duas até 48 horas — a depender de quanto da substância foi ingerido.
Uma vez absorvido pelo trato digestivo, ele passa pelo fígado e se transforma nesses dois metabólitos tóxicos, que entram na circulação e chegam rapidamente ao sistema nervoso. As células mais vulneráveis são os neurônios.
O corpo também passa a produzir substâncias muito ácidas durante a digestão desse produto. Isso faz com que o sangue fique mais ácido do que deveria, uma condição chamada acidose metabólica.
Para tentar compensar, a pessoa começa a respirar de forma rápida e curta, numa tentativa de eliminar esse excesso de acidez pelo ar.
Essa combinação de efeitos — toxinas circulando no sangue, acidose metabólica, sobrecarga do coração, dos pulmões e dos rins — pode levar à falência múltipla de órgãos, porque cada sistema vital passa a funcionar de forma inadequada, sobrecarregando os demais e comprometendo a capacidade do corpo de manter funções essenciais.
O tratamento é feito em ambiente hospitalar e sempre supervisionado por profissionais de saúde. O etanol pode ser administrado por via oral ou intravenosa, mas apenas na forma farmacêutica, em grau de pureza adequado para uso médico.
O objetivo é manter níveis constantes de álcool no sangue por um período prolongado, até que o metanol seja eliminado naturalmente pela respiração e pela urina, sem se transformar em ácido fórmico.
Esse processo é geralmente combinado com hemodiálise, que ajuda a filtrar o sangue e acelerar a retirada do metanol e de seus subprodutos. Assim, o corpo consegue se livrar da substância antes que ela cause danos irreversíveis.
Outra opção, mas ainda não disponível no Brasil, é o fomepizol, um medicamento desenvolvido justamente para tratar intoxicações por metanol.
Neste sábado, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou a compra do antídoto para o tratamento de pessoas intoxicadas por metanol.
O ministério divulgou que fechou, junto à Organização Panamericana de Saúde, a compra de 2,5 mil unidades do medicamento. Elas serão compradas de um fornecedor do Japão.
"O ministério já firmou a aquisição e a previsão de chegada desse outro antídoto na próxima semana. Teremos aqui no Brasil, além do etanol farmacêutico já garantindo tratamento, teremos também o fomepizol", afirmou Padilha.
Segundo o ministro, também serão compradas 12 mil unidades de etanol farmacêutico, outra substância usada para tratar de intoxicação.
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