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sábado, 6 de maio de 2017

Laqueadura - cirurgia para interrupção das trompas

Laqueadura: cirurgia para interrupção das trompas

Entenda como é feito o procedimento e quais as indicações

Laqueadura é a interrupção das trompas para anticoncepção definitiva. Nas trompas é que ocorre o encontro do óvulo com os espermatozoides (fecundação). A obstrução deste canal inviabiliza a fecundação ou a fertilização, impossibilitando a mulher de engravidar por esta via. Atualmente, existe um "stent tubário" (semelhante a uma mola) que é colocado por histeroscopia ambulatorial, sem anestesia com a mesma função de obstruir a trompa.
A laqueadura falha em 2,3 a 16,5 mulheres em cada mil cinco anos após o procedimento. Após 10 anos, o número aumenta para entre 3,7 e 24,8 mulheres com falha para cada mil que fizeram o procedimento. Os clips ficam podem falhar em 31,7 a 36,5 das mulheres em cada mil e os "stents tubários" podem falhar em 96 casos por 1.000 em 10 anos. O número de arrependimento pós-procedimento é alto.
Outros nomes
Ligadura Tubária ou Contracepção Cirúrgica Voluntaria Definitiva.


Indicações

Este procedimento serve para a mulher ou casal que opta por uma anticoncepção definitiva, ou seja, esterilização feminina para pacientes que não podem engravidar por risco de morte ou não querem mais gestar. Atualmente, podemos dizer que não é definitivo, pois o casal pode ter a capacidade de gerar filhos por métodos de fertilização.
Se for feita a salpingectomia (retirada das trompas) o procedimento pode ajudar na prevenção do câncer de ovários. A oclusão das trompas pode proteger também contra infecções pélvicas.
Contraindicações
  • Doença ou problemas clínicos que contraindiquem a cirurgia e/ou anestesia
  • Infecções que contraindiquem a colocação do "stent tubário"
  • Não estar grávida
  • Não estar nos conformes da Lei 9.263/96 relativo ao Planejamento Familiar*.

Exames necessários para realizar a cirurgia

Exames de rotina pré-operatórios para cirurgias, com avaliações do anestesista e específicas que o cirurgião achar necessário como:
  • Avaliação cardiológica em pacientes com problemas cardíacos
  • Teste de gravidez
  • Exames clínicos ginecológicos
  • Citologia (Papanicolaou)
  • Pesquisa para infecção ginecológica
  • Ultrassonografia pélvica.

Cuidados antes do procedimento

  • Deve ser assinado um termo de consentimento livre e esclarecido e estar dentro dos artigos da Lei 9.263/96 relativo ao Planejamento Familiar*
  • Avaliação psicológica da paciente e casal antes do procedimento, se os profissionais da saúde acharem necessário
  • Discutir e observar as orientações médicas em relação aos medicamentos de uso contínuo e esporádicos
  • Jejum de oito horas antes dos procedimentos cirúrgicos.
Como é realizada
A laqueadura tubária compreende inúmeras técnicas em relação ao procedimento e pode ser feita por vários acessos como: abdominal aberta (por incisão abdominal ou laparoscopia), vaginal e por histeroscopia.
Conforme a via de acesso, a paciente ficará em uma posição diferente para adequada exposição das trompas. Pode-se usar: anestesia geral, bloqueio (raquidiana) com ou sem sedação e, no caso da colocação do "stent tubário", não há necessidade de anestesia.
Caso haja incisão abdominal, ela pode ser feita periumbilical no pós-parto cesárea imediato, quando houver risco à vida ou à saúde da mulher ou do futuro concepto, testemunhado e assinado por dois médicos. Também podem ser feitas incisões acima do púbis (mini, nos casos possíveis, incisões de + ou - 3 cm) longitudinais ou transversais.
No caso de ser feita por laparoscopia são usadas as incisões de rotina periumbilical e duas laterais. Para facilitar a exposição das trompas, pode-se utilizar um manipulador uterino, e aparelhos para colocar um anel de elástico, clip metálico, dar os pontos ou usar o cautério.
Os procedimentos vaginais e por histeroscopia não têm cicatriz. A exposição das trompas é feitas pela vagina e o "stent tubário" colocado por histeroscopia, ou seja, por meio de uma haste flexível com um luz e uma câmera na ponta, que projeta a imagem em uma tela e ajuda a equipe médica a enxergar as trompas da paciente, realizando o procedimento.

Qual médico realiza a cirurgia

Todas as especialidades médicas habilitadas a fazer o procedimento. Caso seja por laparoscopia, deve ser um ginecologista com especialização nesse procedimento, assim como para cirurgia por histeroscopia o profissional deve ter treinamento para colocar um "stent tubário".
Tempo de duração do procedimento
A duração média do procedimento depende muito da técnica e habilidade do cirurgião. Em média, por volta de 40 minutos. A colocação do "stent tubário" é mais rápida.
Em casos de complicações como aderências e sangramentos, o procedimento pode demorar mais.

Tempo de internação

A paciente poderá ir embora após um dia de internação ou pode ser feito ambulatorialmente no caso de colocação de "stent tubário".
Tempo de duração do procedimento
A duração média do procedimento depende muito da técnica e habilidade do cirurgião. Em média, por volta de 40 minutos. A colocação do "stent tubário" é mais rápida.
Em casos de complicações como aderências e sangramentos, o procedimento pode demorar mais.

Tempo de internação

A paciente poderá ir embora após um dia de internação ou pode ser feito ambulatorialmente no caso de colocação de "stent tubário".
Por volta de 3 a 25% das mulheres se arrependem do procedimento e cerca de 2% delas procuram algum tipo de reversão.
Algumas pacientes culpam a esterilização como base de outros problemas como: ganho de peso, perda da libido, depressão, separação etc.

Regulamentação

Ela é aprovada pelo CFM, Anvisa, Ministério da Saúde e Sociedades de Ginecologia. Devemos ressaltar que toda esterilização deve seguir as normas da Lei 9.263 de 1996* - Planejamento Familiar com atenção integral à saúde. Salientamos os principais pontos:
Art. 10. Somente é permitida a esterilização voluntária nas seguintes situações:
I - em homens e mulheres com capacidade civil plena e maiores de 25 anos de idade ou, pelo menos, com dois filhos vivos, desde que observado o prazo mínimo de 60 dias entre a manifestação da vontade e o ato cirúrgico, período no qual será propiciado à pessoa interessada acesso a serviço de regulação da fecundidade, incluindo aconselhamento por equipe multidisciplinar, visando desencorajar a esterilização precoce;
Só podem ser autorizadas a realizar esterilização cirúrgica as instituições que ofereçam todas as opções de meios e métodos de contracepção reversíveis.
A portaria SAS/Ministério da Saúde 48/99 estende a proibição até o 42º dia de pós-parto ou aborto.

Referências

Fabio Laginha, ginecologista e mastologista, coordenador da Clínica da Mulher do Hospital 9 de Julho, de São Paulo.

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