sábado, 30 de setembro de 2017

Saúde feminina

Como controlar o pH vaginal


Manter o pH vaginal de forma adequada não só colabora com a higiene da área íntima da mulher como também evita problemas de saúde, como infecções por fungos e bactérias. Para tanto, aprenda a como controlar o pH vaginal com as informações e dicas simples, que devem ser seguidas todos os dias, reunidas pelo umComo.com.br sobre o assunto.
Passos a seguir:
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vagina naturalmente possui pH ácido, o que é representado por um número menor do que sete. Enquanto isso, quando é maior, indica alcalinidade e, para que o pH esteja neutro, deve ser sete. Dessa forma, o pH, que é o potencial hidrogeniônico, pode variar de zero à 14. Quando a vagina está saudável, portanto, o seu pH deve ficar entre 3,8 e 4,2, uma vez que se estiver mais ácida do que o adequado existe o risco de infecções por fungos, como é o caso da candidíase.
Por outro lado, quando a vagina se torna alcalina, o risco é da mulher sofrer uma infecção por bactérias é maior, a exemplo da vaginose. Por causa disso, é de extrema importância para o seu bem estar que saiba controlar o pH vaginal, o que vai evitar muita dor de cabeça, já que todos os problemas decorrentes disso causam uma série de sintomas, como coceira, corrimento e outros e, por isso, devem ser tratados.
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Vale dizer que bactérias e fungos existem na área íntima da mulher naturalmente e habitam a região sem causar danos à saúde. No entanto, quando há um descontrole do pH da vagina, tornando-o mais ácido que o adequado ou alcalino, ocorre o que se chama de desiquilíbrio da flora vaginal, com a proliferação dos microrganismos, o que resulta nas infecções. Para evitar que isso ocorra, os hábitos de higiene, muitas vezes, são suficientes, sem que haja a necessidade de usar produtos especiais.
Entre os cuidados necessários para manter a vagina ácida na medida certa, portanto, está evitar calças muito justas de tecidos sintéticos. O melhor é usar roupas de algodão, inclusive, calcinhas, pois esse tecido ajuda a transpiração da zona íntima. Se isso não acontecer, a vagina fica abafada, desequilibrando o seu pH e podendo iniciar quadros infecciosos. Já na hora de lavar a vagina, basta usar sabonete neutro e água, ou seja, é indicado evitar sabonetes com perfumes.
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Mulheres com pele sensível podem usar sabonete hipoalérgico, mas não antisséptico, uma vez que esses podem eliminar até mesmo as boas bactérias que habitam a vagina e a pele. Esses microrganismos protegem o corpo e essa é mais uma razão para preferir sabonetes que não os agridem. Também é melhor se o sabonete que usa para a região íntima for usado apenas por você. O talco e o papel higiênico são outros produtos que não devem ter perfume. É comum ainda a muitas mulheres usarem absorvente higiênico mesmo quando não estão menstruadas, como os protetores diários, mas esse hábito não é recomendado. Assim como roupas apertadas, eles prejudicam a ventilação local e aumentam a umidade. Já ao menstruar é importar trocar de absorvente com alguma regularidade, mesmo que ele não tenha muito sangue. Banhos quentes também podem descontrolar o pH da vagina.
Outras dicas para contribuir com o equilíbrio da flora vagina é dormir sem calcinha, não demorar muito a se higienizar depois da prática de exercícios físicos, secar bem a vagina depois do banho e lavar bem as calcinhas. Por fim, ao se limpar depois de fazer as suas necessidades, a mulher nunca deve passar o papel higiênico na região anal e depois na vagina, senão as bactérias de trás podem migrar para frente e causar infecções.
Este artigo é meramente informativo, no umCOMO não temos capacidade de receitar nenhum tratamento médico nem realizar nenhum tipo de diagnóstico. Convidamos você a recorrer a um médico no caso de apresentar qualquer tipo de condição ou mal-estar.
Se deseja ler mais artigos parecidos a Como controlar o pH vaginal, recomendamos que entre na nossa categoria de Saúde Familiar.

Alimentaçao
9 Alimentos Que Melhoram A Saúde Vaginal.
A saúde vaginal é um aspecto importante na vida das mulheres. Problemas vaginais são devastadores e muitas já os enfrentaram em algum momento da Vida.
A vagina, quando saudável, possui um pH naturalmente ácido e muitas bactérias boas para ajudar a lutar contra infecções. Alguns alimentos podem ajudar a manter a vagina saudável e os níveis de pH balanceados.

É aí que aquele velho ditado que diz “você é o que você come” faz ainda mais sentido. Isso porque os alimentos que consumimos podem alterar o pH natural da vagina, mudando o cheiro e até mesmo o gosto. Alimentos como frutas podem adocicá-la, por exemplo. Enquanto isso, alimentos como carne vermelha e álcool, quando consumidos em excesso, podem alterar seu equilíbrio natural.

Nós preparamos uma lista de 9 alimentos que podem ajudar a melhorar a saúde vaginal.

1. Cereais integrais, legumes e vegetais
O que todos esses alimentos têm em comum? Eles são ricos em fibras. A fibra é um pré-biótico, por isso, sem elas as bactérias boas do intestino não ficam bem alimentadas. E já que a maioria das bactérias vem do intestino grosso, a melhor maneira de manter a vagina saudável é manter o intestino grosso saudável. Substituir o arroz branco pelo integral é uma ótima opção para suprir suas necessidades de fibras, acompanhado de uma saladinha com folhas e vegetais é melhor ainda!

2. Frutas
As mulheres que comem duas ou mais porções de frutas por dia têm 11% por cento menos de probabilidade de desenvolver miomas uterinos do que aquelas que comem menos de duas porções por semana, de acordo com um estudo da Universidade da Pennsylvania School of Medicine. Além disso, as frutas oferecem uma boa dose de fibra. Que tal uma fruta de sobremesa ao invés de um doce pobre em nutrientes?
3. Água
Mais simples impossível! A hidratação é comprovadamente uma maneira de manter a área vaginal úmida e lubrificada. Beba em média 2 litros por dia.
4. Iogurte ou kefir
Iogurte e kefir oferecem duplo benefício para a saúde vaginal. Os probióticos encontrados neles reforçam a microflora vaginal, mantendo-a saudável e ajudando na prevenção de infecções fúngicas. Além disso, a dose extra de cálcio no iogurte pode ajudar a melhorar os sintomas da TPM. Sabia que os iogurtes veganos também contém probióticos? Comece o dia com um copo de iogurte desnatado batido com frutas, delícia né?
5. Alho
O alho tem propriedades antifúngicas e antimicrobianas que ajudam a previnir problemas como coceira, queimação, odor, corrimentos e até mesmo infecções. Além disso, ele fortalece o sistema imunológico, então o corpo fica pronto para combater infecções. Estas propriedades estão presentes principalmente no alho cru. Que tal um molho pesto?
6. Chá verde
O chá verde possui substâncias chamadas catequinas polifenólicas, que são capazes de matar a bactéria E. coli, uma das responsáveis por causar infecções do trato urinário, de acordo com uma pesquisa publicada na revista Frontiers in Microbiology. Além disso, a cafeína no chá verde pode ajudar a aliviar os sintomas da TPM. Troque o café no trabalho por um cházinho. Só não vale exagerar, porque o consumo em excesso de chá verde pode não ser saudável.
7. Couve
Para combater a secura vaginal, coceira e a queimação, a couve é uma ótima aliada. Ela é fonte de vitaminas A e C, ajuda a melhorar a circulação sanguínea e fortalece o sistema imunológico. Adicione couve na sua dieta, faça uma salada ou até mesmo um suco! Que tal um suco de couve com beterraba e laranja? É uma delícia e a vitamina C da laranja ajuda na absorção do ferro presente na couve!

8. Cranberry
Falamos dos benefícios das frutas, mas resolvemos destacar a cranberry por sua alta eficiência no combate a infecções urinárias. Ela ajuda a balancear o pH vaginal e suas propriedades ácidas ajudam a eliminar as bactérias que causam infecções vaginais. Esta fruta não é muito popular no Brasil, mas se você sofre de infecções recorrentes vale a pena dar uma pesquisada!

9. Maçã
Outra fruta que merece ser destacada é maça, devido aos resultados de pesquisas recentes sobre essa fruta. De acordo com um estudo da revista alemã Archives of Gynecology and Obstetrics, foi constatado que mulheres que comem uma maçã por dia relatam um melhor desempenho sexual em comparação com aquelas que não o fazem, isso inclui a a satisfação sexual, capacidade de orgasmo e a capacidade de ficar excitada. Demais, né? Agradeça ao phloridzin, um fitoestrógeno poderoso encontrado nas maçãs.

domingo, 3 de setembro de 2017

Eletrólise do Cloreto de Sódio

div class="container container-site page-internal" style="box-sizing: border-box; font-family: NewsGothic; margin-left: auto; margin-right: auto; margin-top: 0px; padding-left: 15px; padding-right: 15px; padding-top: 65px; width: 360px;">
Sal
A eletrólise é um processo em que se passa uma corrente elétrica sobre uma substância e, por meio de reações de oxirredução, o composto decompõe-se. Se a substância estiver no estado líquido (fundida), temos uma eletrólise ígnea, mas se estiver em solução aquosa, temos uma eletrólise em meio aquoso.
Uma das eletrólises de maior importância comercial é a do cloreto de sódio (NaCl), o sal de cozinha. Vejamos como ocorrem a eletrólise ígnea do cloreto de sódio e, posteriormente, a sua eletrólise aquosa.
* Eletrólise ígnea do cloreto de sódio:
A eletrólise ígnea do sal produz o gás cloro (Cl2) e o sódio metálico (Na), substâncias que não são encontradas na natureza nessa forma. O sal funde-se a uma temperatura aproximada de 800ºC e, no estado líquido, o NaCl sofre disssociação, produzindo os seguintes íons:
NaCl → Na+ + Cl-
Na eletrólise ocorre a passagem da corrente elétrica segundo o esquema a seguir:
Esquema de processo de eletrólise ígnea do cloreto de sódio (sal de cozinha)
Esquema de processo de eletrólise ígnea do cloreto de sódio (sal de cozinha)
O polo negativo da bateria fornece elétrons para um dos eletrodos, que se torna o cátodo ou polo negativo. Visto que ele é negativo, ele atrai os cátions Na+ que estão no líquido. Esses íons recebem os elétrons do cátodo e, nesse eletrodo, ocorre a seguinte semirreação de redução:
Semirreação no cátodo: redução:Na+(l) + e- → Na(s)
Nesse eletrodo foi formado o primeiro produto, que é o sódio metálico.
Por outro lado, o outro eletrodo torna-se o ânodo, pois está carregado positivamente, atraindo os ânions Cl-, que perderão seus elétrons, sofrendo oxidação:
Semirreação no ânodo: oxidação:2Cl-(l) → 2 e- + 1Cl2(g)
Esse gás cloro fica borbulhando ao redor do ânodo, como mostra a reação a seguir. Ele é coletado por meio de um tubo de vidro adaptado ao sistema:
Esquema de processo de eletrólise do cloreto de sódio (sal de cozinha)
Esquema de processo de eletrólise do cloreto de sódio (sal de cozinha)
Assim, a reação global da eletrólise ígnea do sal é:
Cátodo: Na+(l) + e- → Na(s)
Ânodo: 2Cl-(l) → 2 e- + 1Cl2(g)____________
Reação Global: Na+(l) + 2Cl-(l) → Na(s)+ 1Cl2(g)
Gás cloro e sódio metálico – produtos da eletrólise ígnea do sal de cozinha
Gás cloro e sódio metálico – produtos da eletrólise ígnea do sal de cozinha
* Eletrólise aquosa do cloreto de sódio:
Nesse caso, além da dissociação iônica do NaCl, formando os íons Na+ e Cl-, existe também a reação de autoionização da água, conforme a equação a seguir:
2 H2O(l)→ 1 H3O+(aq) + OH1-(aq)
Então, surgem as dúvidas: Qual cátion será descarregado primeiro no cátodo, o Na+ ou o H3O+? E no ânodo, o Cl- ou o OH- será descarregado primeiro?
Basicamente, podemos dizer que o íon menos reativo será o que descarregará em cada eletrodo.
O texto Eletrólise em meio aquosoexplica detalhadamente como verificar qual é o cátion ou o ânion menos reativo e determinar como ocorre a eletrólise.
Entre o Na+ e o H3O+, o Na+ é um metal alcalino, sendo mais reativo. Por isso, a água recebe os elétrons do cátodo:
Semirreação no cátodo: 2 H+ + 2e- → H2
Agora, no caso dos ânions, o Cl- é menos reativo que o OH- e, por isso, sofre oxidação:
Semirreação no ânodo: 2 Cl- → Cl2 + 2e-
Veja a reação global dessa eletrólise:
Esquema de processo de eletrólise da salmoura e reação global
Esquema de processo de eletrólise da salmoura e reação global
Observe que a eletrólise de uma solução aquosa de NaCl produz soda cáustica (NaOH), gás hidrogênio (H2) e gás cloro (Cl2). Em virtude da presença da base NaOH, o meio permanece básico.

quinta-feira, 11 de maio de 2017

10 receitas de sabão caseiro

Sabão caseiro: 10 receitas descomplicadas + sabao em po





Em todas as receitas é muito importante lembrar que a soda cáustica é um produto tóxico e corrosivo, precisa ser manuseada com cuidado e utilizando luvas, máscara e óculos de proteção. No processo para diluir a soda em qualquer produto líquido, a mistura solta um gás que pode ser tóxico, por isso, tome muito cuidado.
Mantenha sempre as crianças longe da preparação dos sabões. Todas as receitas usam produtos tóxicos ou quentes.

1. Sabão líquido com óleo e álcool: o mais rápido

  • 2 litros de óleo de cozinha usado
  • 2 litros de álcool
  • 1/2 kg de soda em flocos ou escamas
Em um balde misture o álcool e a soda, depois, acrescente o óleo e mexa até fica homogêneo. Aguarde aproximadamente 30 minutos e acrescente dois litros de água fervente e dissolva o conteúdo.

Depois, misture 20 litros de água em temperatura natural. Guarde em recipientes. Este sabão é ótimo para limpeza geral.

2. Sabão em barra com óleo e álcool: o mais famoso

  • 1 kg de soda cáustica em flocos
  • 2 litros de água
  • 4 litros de óleo de cozinha
  • 1 litro de álcool
  • 5 ml de essência
Se preferir, você pode colocar elementos decorativos, como ervas aromáticas, especiarias, flores secas, conchas etc.
Coloque no balde a soda cáustica e adicione lentamente 2 litros de água quente. Misture com muito cuidado utilizando a colher de pau até a soda cáustica dissolver completamente. Junte os 4 litros de óleo e continue mexendo por 20 minutos.
Acrescente o álcool e a essência. Se quiser, este é o momento para colocar elementos de decoração. Misture até obter uma pasta consistente.
Despeje o conteúdo em um caixote de madeira forrado com um pano ou em formas, espalhe bem e acomode a pasta dentro do recipiente. Deixe secar por no mínimo 24 horas. Após a secagem, corte o sabão no tamanho desejado e enrole os pedaços em papel filme.

3. Sabão com óleo e amaciante: o mais cheiroso

  • 5 litros de óleo de cozinha usado
  • 2 litros de água
  • 200 ml de amaciante para roupas
  • 1 kg de soda cáustica em flocos
Coloque a soda cáustica em um balde, em seguida, coloque a água fervendo e mexa até que a soda seja diluída. Acrescente o óleo aos poucos, em seguida coloque o amaciante e misture bem. Coloque em recipiente para secar e depois corte em tabletes.

4. Sabão com álcool, óleo e sebo: o mais trabalhoso

  • 5 litros de água
  • 4 litros de sebo derretido
  • 4 litros de álcool combustível
  • 2 litros de óleo de cozinha
  • 1 kg de soda cáustica em flocos ou escamas
  • 500 ml de desinfetante a base de eucalipto
  • 30 ml de essência aromatizante
Em uma vasilha plástica grande coloque a água e a soda até dissolver bem. Acrescente o álcool mexendo sempre com um pedaço de madeira e devagar. Cuidado para não derramar a mistura sobre a pele. Junte o desinfetante sem parar de mexer.
Adicione o óleo aquecido mexendo sempre, após alguns minutos acrescente devagar o sebo derretido. Mexa por aproximadamente 45 minutos ou até formar uma substância parecida com parafina.
Coloque a essência e mexa por mais 5 minutos. Despeje em uma forma para esfriar por aproximadamente 12 horas.

5. Sabão com óleo e detergente: o mais econômico

  • 6 litros de óleo usado
  • 1 litro de soda cáustica líquida
  • 1 litro de detergente de coco
Despeje todo o conteúdo em um recipiente plástico. Não mexa. Despeje o conteúdo em outro recipiente e troque de recipiente, passando de um para o outro por quatro vezes. Não passe mais vezes, pois a mistura endurece e fica difícil tirar do recipiente. Despeje em uma caixa de papelão e espere até secar.

6. Sabão com óleo e coco: o sabão de coco caseiro

  • 2 litros de óleo de cozinha
  • 500g de soda cáustica
  • 2 cocos secos frescos
  • 700 ml de água
  • 125 ml de álcool
Bata no liquidificador a água e o coco até virar uma massa de grãos bem finos ou um creme homogêneo. Ferva este creme até reduzir a 3/4 da quantidade inicial, transformando-o em um creme de coco.
Esquente o óleo em uma panela, e coloque junto com o creme de coco em um balde. Acrescente a soda cáustica e misture até diluí-la completamente. Misture o álcool e mexa por 40 minutos.
Despeje o conteúdo em um recipiente liso forrado com papel manteiga. Aguarde endurecer e corte em tabletes.

7. Sabão em garrafa PET: o mais seguro

  • 1 litro de óleo de cozinha usado
  • 200 ml de água
  • 240 ml de soda cáustica líquida
Utilizando um funil, coloque dentro da garrafa pet o óleo, a água e por último a soda cáustica. Balance um pouco a garrafa para que os produtos se misturem e tampe. Aguarde até que endureça, corte a garrafa em fatias do tamanho desejado e desenforme o sabão.

8. Sabão de abacate: o que pode ser usado na pele

  • 5 kg de polpa de abacate
  • 1/2 kg de sebo derretido ou banha
  • 400 g de soda cáustica
  • 150 g de breu (encontrado em ferragens ou casas de produtos químicos)
Quando o abacate estiver maduro, corte-o no meio e separe o caroço e a casca da massa. Coloque toda a massa em uma vasilha limpa e acrescente a soda, o sebo e o breu. Mexa durante uma hora. Coloque numa caixa forrada com plástico ou em formas e deixe no mínimo 24 horas para secar. Corte em barras.
Para obter maior consistência, deve-se acrescentar duas ou três colheres de sopa de farinha de milho ou cinzas.
Antes de usar na pele, espere pelo menos um mês, o tempo faz com que o poder corrosivo da soda cáustica neutralize. O abacate possui óleos importantes, benéficos para a pele.

9.
Sabão de cinzas: o melhor para lavar roupas brancas

  • 5 kg de sebo
  • 2,5 kg de cinzas
  • 5 litros de água
  • 1/2 kg de soda cáustica
Derreta o sebo em fogo baixo até ficar uniforme. Ferva a água com as cinzas por 4 horas, deixe que elas assentem e use somente a água para juntar ao sebo. Mexa bem. Junte a soda bem devagar e já fora do fogo mexa bem até dissolver.
A cinza tem um alto poder branqueador. Para clarear panos de prato e toalhas de banho coloque-as de molho ensaboadas em um balde com uma “trouxinha” de cinzas. Lave normalmente no dia seguinte.

10. Sabão de erva doce e limão: o que não usa nem óleo, nem soda

  • 50g de erva doce
  • 1 litro de água
  • 1 sabão de coco ou caseiro
  • 1 colher de sal
  • 1 casca de limão
Liquidifique o limão e o sal em pouca água, coe em um coador de pano e reserve. Rale o sabão e coloque para ferver junto com a água e a erva doce até que formem uma mistura única. Lembre-se de não usar uma panela de alumínio.
Quando o sabão derretido estiver morno, misture o suco da casca de limão e coe tudo. Mexa devagar e guarde em um pote fechado por uma semana antes de usar.
Vale lembrar que é imprescindível tomar todo cuidado possível ao preparar as receitas com água quente e soda cáustica para evitar acidentes domésticos. A soda é um corrosivo e pode causar danos gravíssimos.


Sabão em Pó Caseiro
Igredientes:

1 litro de água fervendo
1 copo de fubá
3 litros de óleo
1 quilo de soda cáustica

Modo de Fazer:

Em uma bacia, misture o fubá com o óleo. A parte, dissolva a soda caustica na água fervente. Em seguida, junte tudo e comece a misturar bem. Depois de engrossar, despeje em uma forma e espere endurecer um pouco. Coloque numa maquina de triturar para deixá-lo bem fino. O sabão ainda deve descansar por meia hora antes de ser usado.

Você pode dar um cheiro mais agradável ao produto utilizando aromatizantes. Entretanto, veja qual é o tipo de substância que pode ser adicionada na receita. Dependendo do componente que ela tiver, pode comprometer o preparo do sabão em pó, tirando toda a sua eficiência.

Receita de Sabão em pó II

Receita de Sabão em pó para lavar roupas

Ingredientes

- 1 Tablete de anil.
- 1 Kg de soda Cáustica.
- 3 Litros de óleo.
- 1 Sabonete.

Como fazer

Misture todos os ingredientes em fogo baixo, depois mexa bem até formar uma consistência de “farofa”. Deixe esfriar, e depois passe na máquina de triturar até que fique fino. Para finalizar deixe no sol até secar.

sábado, 6 de maio de 2017

Laqueadura - cirurgia para interrupção das trompas

Laqueadura: cirurgia para interrupção das trompas

Entenda como é feito o procedimento e quais as indicações

Laqueadura é a interrupção das trompas para anticoncepção definitiva. Nas trompas é que ocorre o encontro do óvulo com os espermatozoides (fecundação). A obstrução deste canal inviabiliza a fecundação ou a fertilização, impossibilitando a mulher de engravidar por esta via. Atualmente, existe um "stent tubário" (semelhante a uma mola) que é colocado por histeroscopia ambulatorial, sem anestesia com a mesma função de obstruir a trompa.
A laqueadura falha em 2,3 a 16,5 mulheres em cada mil cinco anos após o procedimento. Após 10 anos, o número aumenta para entre 3,7 e 24,8 mulheres com falha para cada mil que fizeram o procedimento. Os clips ficam podem falhar em 31,7 a 36,5 das mulheres em cada mil e os "stents tubários" podem falhar em 96 casos por 1.000 em 10 anos. O número de arrependimento pós-procedimento é alto.
Outros nomes
Ligadura Tubária ou Contracepção Cirúrgica Voluntaria Definitiva.


Indicações

Este procedimento serve para a mulher ou casal que opta por uma anticoncepção definitiva, ou seja, esterilização feminina para pacientes que não podem engravidar por risco de morte ou não querem mais gestar. Atualmente, podemos dizer que não é definitivo, pois o casal pode ter a capacidade de gerar filhos por métodos de fertilização.
Se for feita a salpingectomia (retirada das trompas) o procedimento pode ajudar na prevenção do câncer de ovários. A oclusão das trompas pode proteger também contra infecções pélvicas.
Contraindicações
  • Doença ou problemas clínicos que contraindiquem a cirurgia e/ou anestesia
  • Infecções que contraindiquem a colocação do "stent tubário"
  • Não estar grávida
  • Não estar nos conformes da Lei 9.263/96 relativo ao Planejamento Familiar*.

Exames necessários para realizar a cirurgia

Exames de rotina pré-operatórios para cirurgias, com avaliações do anestesista e específicas que o cirurgião achar necessário como:
  • Avaliação cardiológica em pacientes com problemas cardíacos
  • Teste de gravidez
  • Exames clínicos ginecológicos
  • Citologia (Papanicolaou)
  • Pesquisa para infecção ginecológica
  • Ultrassonografia pélvica.

Cuidados antes do procedimento

  • Deve ser assinado um termo de consentimento livre e esclarecido e estar dentro dos artigos da Lei 9.263/96 relativo ao Planejamento Familiar*
  • Avaliação psicológica da paciente e casal antes do procedimento, se os profissionais da saúde acharem necessário
  • Discutir e observar as orientações médicas em relação aos medicamentos de uso contínuo e esporádicos
  • Jejum de oito horas antes dos procedimentos cirúrgicos.
Como é realizada
A laqueadura tubária compreende inúmeras técnicas em relação ao procedimento e pode ser feita por vários acessos como: abdominal aberta (por incisão abdominal ou laparoscopia), vaginal e por histeroscopia.
Conforme a via de acesso, a paciente ficará em uma posição diferente para adequada exposição das trompas. Pode-se usar: anestesia geral, bloqueio (raquidiana) com ou sem sedação e, no caso da colocação do "stent tubário", não há necessidade de anestesia.
Caso haja incisão abdominal, ela pode ser feita periumbilical no pós-parto cesárea imediato, quando houver risco à vida ou à saúde da mulher ou do futuro concepto, testemunhado e assinado por dois médicos. Também podem ser feitas incisões acima do púbis (mini, nos casos possíveis, incisões de + ou - 3 cm) longitudinais ou transversais.
No caso de ser feita por laparoscopia são usadas as incisões de rotina periumbilical e duas laterais. Para facilitar a exposição das trompas, pode-se utilizar um manipulador uterino, e aparelhos para colocar um anel de elástico, clip metálico, dar os pontos ou usar o cautério.
Os procedimentos vaginais e por histeroscopia não têm cicatriz. A exposição das trompas é feitas pela vagina e o "stent tubário" colocado por histeroscopia, ou seja, por meio de uma haste flexível com um luz e uma câmera na ponta, que projeta a imagem em uma tela e ajuda a equipe médica a enxergar as trompas da paciente, realizando o procedimento.

Qual médico realiza a cirurgia

Todas as especialidades médicas habilitadas a fazer o procedimento. Caso seja por laparoscopia, deve ser um ginecologista com especialização nesse procedimento, assim como para cirurgia por histeroscopia o profissional deve ter treinamento para colocar um "stent tubário".
Tempo de duração do procedimento
A duração média do procedimento depende muito da técnica e habilidade do cirurgião. Em média, por volta de 40 minutos. A colocação do "stent tubário" é mais rápida.
Em casos de complicações como aderências e sangramentos, o procedimento pode demorar mais.

Tempo de internação

A paciente poderá ir embora após um dia de internação ou pode ser feito ambulatorialmente no caso de colocação de "stent tubário".
Tempo de duração do procedimento
A duração média do procedimento depende muito da técnica e habilidade do cirurgião. Em média, por volta de 40 minutos. A colocação do "stent tubário" é mais rápida.
Em casos de complicações como aderências e sangramentos, o procedimento pode demorar mais.

Tempo de internação

A paciente poderá ir embora após um dia de internação ou pode ser feito ambulatorialmente no caso de colocação de "stent tubário".
Por volta de 3 a 25% das mulheres se arrependem do procedimento e cerca de 2% delas procuram algum tipo de reversão.
Algumas pacientes culpam a esterilização como base de outros problemas como: ganho de peso, perda da libido, depressão, separação etc.

Regulamentação

Ela é aprovada pelo CFM, Anvisa, Ministério da Saúde e Sociedades de Ginecologia. Devemos ressaltar que toda esterilização deve seguir as normas da Lei 9.263 de 1996* - Planejamento Familiar com atenção integral à saúde. Salientamos os principais pontos:
Art. 10. Somente é permitida a esterilização voluntária nas seguintes situações:
I - em homens e mulheres com capacidade civil plena e maiores de 25 anos de idade ou, pelo menos, com dois filhos vivos, desde que observado o prazo mínimo de 60 dias entre a manifestação da vontade e o ato cirúrgico, período no qual será propiciado à pessoa interessada acesso a serviço de regulação da fecundidade, incluindo aconselhamento por equipe multidisciplinar, visando desencorajar a esterilização precoce;
Só podem ser autorizadas a realizar esterilização cirúrgica as instituições que ofereçam todas as opções de meios e métodos de contracepção reversíveis.
A portaria SAS/Ministério da Saúde 48/99 estende a proibição até o 42º dia de pós-parto ou aborto.

Referências

Fabio Laginha, ginecologista e mastologista, coordenador da Clínica da Mulher do Hospital 9 de Julho, de São Paulo.

VASECTOMIA - Cirurgia e Reversão

VASECTOMIA – Cirurgia e Reversão

A vasectomia é modo mais efetivo de contracepção masculina. A vasectomia é uma cirurgia simples que resulta em esterilização permanente do homem por impedir a liberação de espermatozoides no líquido ejaculado. Neste texto vamos explicar o que é a cirurgia de vasectomia e quais as chances de reversão.
O que é o ducto deferente?
Antes de falarmos da vasectomia, para entendermos como funciona a cirurgia, vamos dar uma olhada na anatomia do sistema reprodutivo masculino. Acompanhe o texto junto com a ilustração fornecida abaixo.




Vasectomia
Anatomia geniturinária. Clique para ampliar
Os espermatozoides são produzidos em nossos testículos e armazenados até ficarem maduros no epidídimo, um estrutura localizada na parte superior de cada testículo. O epidídimo liga-se à vesícula seminal por dois finos tubos chamados de canal deferente (ducto deferente). A vesícula seminal junto com a próstata são as responsáveis pela produção do líquido conhecido como sêmen ou esperma, que é ejaculado durante o orgasmo masculino.

A lógica da cirurgia de vasectomia é muito simples, basta causar uma interrupção no ducto deferente, que os espermatozódes armazenados no epidídimo não mais conseguirão chegar à vesícula seminal. Deste modo, o esperma ejaculado passa a sair sem um único espermatozoide presente.

Como é feita a cirurgia de vasectomia?

A vasectomia é um procedimento cirúrgico tão simples que não precisa ser feito em ambiente hospitalar. O urologista faz uma pequena anestesia local na pele da bolsa escrotal e com um pequeno corte exterioriza o ducto deferente. A partir daí, basta cortá-lo e depois suturar cada uma das pontas. A cirurgia dura cerca de 15-20 minutos.
Vasectomia
(clique p/ampliar. Atenção: A imagem acima  pode ser considerada ofensiva para certas pessoas)
O paciente recebe alta alguns minutos após o término do procedimento e deve se manter em repouso por dois ou três dias. Banho só após 24-48h, retorno ao trabalho após cinco dias e exercícios físicos somente após uma semana, no mínimo. É sempre seguro confirmar esses prazos com o médico que realizou a operação.
Nos dois ou três primeiros dias é possível haver dor e desconforto na região escrotal. Esta dor, entretanto costuma ser fraca e cede com analgésicos comuns.
O paciente pode voltar a ter relações sexuais após uma semana, mas neste período ainda podem haver espermatozoides viáveis no esperma. São precisos em média 20 ejaculações para se limpar todo o ducto. Após três meses indica-se uma avaliação do sêmen à procura de espermatozoides. Se já não houver mais nenhum, o paciente pode ser considerado estéril. A taxa de sucesso da vasectomia é de 99,8%.

Complicações da vasectomia

A vasectomia é um cirurgia simples com baixa taxa de complicações. Nos primeiros dias do pós-operatório é comum haver sangue no esperma, inchaço na bolsa escrotal e dor local.
É possível nas primeiras semanas haver através da incisão dos ductos deferentes um pequeno vazamento de espermatozoides para dentro da bolsa escrotal. Este vazamento pode desencadear uma reação inflamatória e a formação de granulomas do esperma, que podem ser notados como pequenos nódulos dolorosos no trajeto do ducto deferente. O granuloma é uma massa formada pela mistura de espermatozoides e células de defesa do nosso sistema imune.
Outra complicação possível é a sensação de peso, plenitude ou dor na bolsa escrotal causado pelo acúmulo de espermatozoides no epidídimo. Após algumas semanas o testículo começa a diminuir a produção de espermatozoides e o organismo começa a absorver os já que existem, resultando em uma melhora da congestão. São raros os casos onde não há melhora do desconforto e o paciente precisa ser avaliado novamente pelo urologista (leia: DOR NOS TESTÍCULOS | Principais causas).
Mitos sobre a vasectomia 
Existem muitas informações falsas sobre a vasectomia circulando entre os pacientes. Podemos afirmar que:
– Vasectomia NÃO causa impotência sexual.
– Vasectomia NÃO causa perda da libido.
– Vasectomia NÃO aumenta o risco de nenhum tipo de câncer.
– Vasectomia NÃO aumenta o risco de nenhuma doença cardíaca.
Também é importante destacar que a vasectomia é um método contraceptivo que não diminui a chance de transmissão ou contaminação por qualquer doença sexualmente transmissível (DST). O homem continua a ejacular normalmente, a diferença é que não haverá mais espermatozoides no meio do esperma.Se o paciente vasectomizado tiver alguma DST, o risco de transmissão permanece o mesmo.

Reversão da vasectomia

A vasectomia em alguns casos pode ser reversível, mas a cirurgia de reversão é bem mais complexa. Quanto maior o tempo de vasectomia, menores as chances da reversão ter sucesso. Após 15 anos de vasectomia, menos de um terço das reversões são efetivas.

domingo, 16 de abril de 2017

Esquizofrenia

ESQUIZOFRENIA


Wagner Gattaz é médico psiquiatra e professor de psiquiatria no Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo.
A esquizofrenia é uma doença psiquiátrica endógena, que se caracteriza pela perda do contato com a realidade. A pessoa pode ficar fechada em si mesma, com o olhar perdido, indiferente a tudo o que se passa ao redor ou, os exemplos mais clássicos, ter alucinações e delírios. Ela ouve vozes que ninguém mais escuta e imagina estar sendo vítima de um complô diabólico tramado com o firme propósito de destruí-la. Não há argumento nem bom senso que a convença do contrário.
Antigamente, esses indivíduos eram colocados em sanatórios para loucos, porque pouco se sabia a respeito da doença. No entanto, nas últimas décadas, houve grande avanço no estudo e tratamento da esquizofrenia que, quanto mais precocemente for tratada, menos danos trará aos doentes.
PRINCIPAIS SINTOMAS
Dráuzio – A esquizofrenia é uma doença conhecida há quanto tempo?
Wagner Gattaz – Há alguns milênios eram descritos casos de psicose que, segundo os critérios atuais, poderiam ser classificados como esquizofrenia. Por isso, dizemos que a esquizofrenia é uma doença própria da natureza humana e que sempre existiu, pelo menos é o que provam descrições históricas muito antigas.
Dráuzio – Quais são seus principais sintomas?
Wagner Gattaz – Grosso modo, há dois tipos de sintomas: os produtivos e os negativos. Os sintomas produtivos são, basicamente, os delírios e as alucinações. O delírio se caracteriza por uma visão distorcida da realidade. O mais comum, na esquizofrenia, é o delírio persecutório. O indivíduo acredita que está sendo perseguido e observado por pessoas que tramam alguma coisa contra ele. Imagina, por exemplo, que instalaram câmeras de vídeo em sua casa para descobrirem o que faz a fim de prejudicá-lo.
As alucinações caracterizam-se por uma percepção que ocorre independentemente de um estímulo externo. Por exemplo: o doente escuta vozes, em geral, as vozes dos perseguidores, que dão ordens e comentam o que ele faz. São vozes imperativas que podem levá-lo ao suicídio, mandando que pule de um prédio ou de uma ponte.
Delírio e alucinações são sintomas produtivos que respondem mais rapidamente ao tratamento. No outro extremo, estão os sintomas negativos da doença, mais resistentes ao tratamento, e que se caracterizam por diminuição dos impulsos e da vontade e por achatamento afetivo. Há a perda da capacidade de entrar em ressonância com o ambiente, de sentir alegria ou tristeza condizentes com a situação externa.
Dráuzio – Cite exemplo de um caso que você encontrou na clínica.
Wagner Gattaz – Vou citar o exemplo de um caso de esquizofrenia do tipo paranoide que ocorreu ainda no tempo da Guerra Fria. O paciente tinha convicção absoluta de que a energia de seus pensamentos estava sendo roubada por um satélite russo e era transformada em energia bélica para destruir os satélites americanos.
Drauzio – O paciente considera o que sente absolutamente lógico e real?
Wagner Gattaz – Existe uma lógica perfeita dentro do delírio, só que ela não corresponde à realidade. Uma das características do delírio, aliás a que o diferencia do erro, é que não se consegue removê-lo com contra argumentação lógica. A convicção é absoluta e tentar dissuadi-lo, é inútil. Ouvir – “Imagine, você não está sendo perseguido. Você está imaginando coisas” -, basta para acreditar que está diante de mais um de seus perseguidores, de alguém que faz parte do complô armado para destruí-lo.
SINTOMAS NEGATIVOS
Dráuzio – Como transcorre o dia a dia de um paciente com sintomas negativos?
Wagner Gattaz – Na verdade, 80% das esquizofrenias começam com os sintomas negativos. Delírio e alucinação chamam mais a atenção. Já os sintomas negativos ocorrem mais no íntimo das pessoas e causam menos impacto nos outros. É o caso do indivíduo que, certo dia, não vai trabalhar, não avisa ninguém e passa o dia todo deitado, tomando café e fumando. A família percebe o olhar distante, como se estivesse em outro mundo. Ele não se importa com o que acontece ao redor, não cuida da higiene pessoal nem se alimenta direito. Geralmente, esses sintomas marcam o começo da doença, a fase chamada tremapsicótico, marcada por tensão e ansiedade muito grande. A pessoa sente que algo está acontecendo, mas não sabe dizer o que é.
Dráuzio – A família percebe que ele está diferente e não se relaciona com os outros como fazia antes. O paciente nota essas mudanças?
Wagner Gattaz – Ele percebe que algo está acontecendo a seu redor, mas acha que são coisas que os outros estão armando contra ele. Isso é característico da esquizofrenia. O paciente se considera uma vítima das circunstâncias externas. Na verdade, nesse momento, não tem a consciência crítica de que está adoecendo.
EVOLUÇÃO DO PROCESSO ESQUIZOFRÊNICO
Dráuzio – Você diz que, em geral, a doença começa por um certo alheamento em relação às circunstâncias que rodeiam o paciente e que o quadro de alucinações e delírios surge mais tarde. Como se processa a evolução da doença?
Wagner Gattaz – Varia de indivíduo para indivíduo. O processo esquizofrênico pode levar anos. Como já mencionei, na fase inicial, a sensação de que algo está acontecendo, mas o paciente não sabe o quê, é caracterizada por muita tensão e ansiedade. Em determinado momento, porém, ele fala – “Estou sem forças, porque estão tramando algo contra mim e colocaram veneno na minha comida”.  Essa explicação delirante é suficiente para diminuir o nível de tensão e ansiedade. É como se a pessoa tivesse uma dor de causa desconhecida e, de repente, chegasse a um diagnóstico que, de algum modo, a tranquilizasse.
Dráuzio – Esses sintomas, tanto os produtivos quanto os negativos, comprometem outras áreas da cognição. Eles permitem que a pessoa continue estudando, aprendendo coisas novas, exercendo suas funções no trabalho?
Wagner Gattaz – Durante um certo tempo sim, enquanto a vontade e os impulsos estiverem preservados. A partir do momento em que são diminuídos e achatados, a atividade do dia a dia fica seriamente prejudicada. Num estágio mais avançado da doença, ocorre prejuízo cognitivo e de funções como concentração e memória.
REAÇÃO DOS FAMLIARES E CONSUMO DE DROGAS
Dráuzio – Como costumam reagir os familiares quando percebem que a pessoa não vai trabalhar, está esquisita e menos afetuosa?
Wagner Gattaz – No início, a reação é de perplexidade. A família não encontra explicações para a mudança de comportamento e uma das primeiras perguntas que faz é se a pessoa não estaria consumindo drogas. Quando começam as alucinações, então, aumenta a suspeita de que isso possa realmente estar acontecendo.
Na verdade, o uso de drogas não é raro na esquizofrenia, não como causa, mas como consequência. Sabemos que, no início, algumas drogas exercem certo efeito sedativo, tranquilizante, o que nas fases de ansiedade e tensão pode melhorar o humor do paciente.
Dráuzio – Qual a droga procurada com mais freqüência? Existe alguma que acelera o processo de instalação da esquizofrenia?
Wagner Gattaz – A mais procurada é o álcool. A maconha também é usada, porém com menos frequência. Consumo de drogas mais pesadas costuma ser raro.
Bom lembrar que as anfetaminas, popularmente conhecidas de bolinhas, quando tomadas em excesso, podem provocar psicoses clinicamente idênticas à esquizofrenia. Clinicamente, é impossível diferenciá-las. Aliás, o melhor modelo artificial de uma psicose esquizofrênica é o causado pelas anfetaminas. A cocaína também pode provocar quadros psicóticos semelhantes, mas não tão característicos quanto aos das anfetaminas.
Dráuzio – Sabe-se que a cocaína provoca delírios persecutórios. O álcool pode disparar processos semelhantes? Tive um paciente que bebia muito e acordou no meio da noite ouvindo uma voz que o mandava matar a mulher. Ficou tão apavorado, que saiu a andar pelas ruas. Quando voltou para casa pediu à mulher que o levasse para o hospital, porque algo de errado estava acontecendo com ele. 
Wagner Gattaz – O álcool pode desencadear paranoias. A grande diferença entre a paranoia da esquizofrenia e a alcoólica reside no fato de que, neste último caso, os pacientes reconhecem a anormalidade da situação e pedem ajuda. Isso não ocorre pelo menos no primeiro surto esquizofrênico. Com o tempo, entretanto, alguns pacientes aprendem a detectar os chamados pródomos da doença, ou seja, as manifestações que antecedem o desencadear da psicose. Esses ligam para o médico, pedem ajuda, querem rever a medicação. Infelizmente, não mais do que 20% dos pacientes com esquizofrenia têm esse insight, isto é, a capacidade de perceber a crise psicótica está voltando.
MANIFESTAÇÃO NOS DOIS GÊNEROS
Dráuzio – Em geral, a esquizofrenia se instala em que faixa de idade?
Wagner Gattaz – A esquizofrenia se instala em pessoas jovens. O pico da instalação se dá, no homem, por volta dos 25 anos de idade. A mulher parece estar um pouco mais protegida. Nela a doença ocorre mais tarde, por volta dos 29/30 anos. A incidência, porém, é igual nos dois sexos. A proporção é de um homem para cada mulher com a doença.
Drauzio – Nas mulheres, a evolução é mais lenta e menos grave do que nos homens?
Wagner Gattaz – É mais benigna na mulher. Mais benigna provavelmente por dois fatores: a instalação da doença ocorre mais tarde e elas se casam mais cedo. Assim, antes da manifestação da psicose, a mulher tem a possibilidade de construir uma rede social e familiar que vai ajudá-la no decorrer da doença. Coisas simples como tomar medicação de forma adequada e procurar o médico precocemente fazem muita diferença.
Por casar-se mais tarde e a doença instalar-se mais cedo, frequentemente o homem não construiu ainda uma estrutura familiar que lhe dê respaldo. Outro motivo, ainda objeto de pesquisa, que torna a doença mais amena na mulher, é que os hormônios sexuais femininos, os estrógenos principalmente, têm na célula nervosa um efeito semelhante ao dos medicamentos antipsicóticos. É como se a mulher possuísse um antipsicótico endógeno protegendo-a contra as manifestações da doença.
Dráuzio – Isso justificaria a instalação mais tardia e a evolução mais benigna da doença na mulher?
Wagner Gattaz – Sem dúvida. É raro o homem adoecer pela primeira vez depois dos 40 anos de idade. No entanto, cerca de 10% das mulheres têm o primeiro surto psicótico esquizofrênico depois dos 45 anos, época em que ocorre a menopausa e cai a produção de estrógenos.
ÍNDICE DE PREVALÊNCIA
Dráuzio – Qual o índice de prevalência da esquizofrenia na população de modo geral?
Wagner Gattaz – A esquizofrenia é uma doença frequente e universal que incide em 1% da população. Ocorre em todos os povos, etnias e culturas. Existem estudos comparativos indicando que ela se manifesta igualmente em todas as classes socioeconômicas e nos países ricos e pobres. Isso reforça a ideia de que a esquizofrenia é uma doença própria da condição humana e independe de fatores externos. Em cada 100 mil habitantes, surgem de 30 a 50 casos novos por ano.  Neste momento, 5% da população mundial têm esquizofrenia. Portanto, em termos de Brasil, isso significa que 800 mil habitantes são portadores dessa doença.
FATORES GENÉTICOS E AMBIENTAIS
Dráuzio – O fato de a incidência da esquizofrenia ser mais ou menos igual em todas as sociedades faz supor que exista uma base neurobioquímica que justifique seu aparecimento.
Wagner Gattaz – Existe um componente genético importante. O risco sobe para 13%, se um parente de primeiro grau for portador da doença. Quanto mais próximo o grau de parentesco, maior o risco, chegando ao máximo em gêmeos monozigóticos. Se um deles tem esquizofrenia, a possibilidade de o outro desenvolver o quadro é de 50%.
Dráuzio – Como não são todos da mesma família que desenvolvem o quadro, é possível pensar que fatores ambientais colaborem para o aparecimento da doença?
Wagner Gattaz – Estudos genéticos são o melhor argumento de que nem tudo é genético. Existe uma contribuição ambiental. Pena que até hoje não tenhamos conseguido isolar um único fator que aumente com certeza o risco.
Nesse sentido, a esquizofrenia pode ser comparada a muitas outras doenças em que não existem 100% de penetrância genética. É necessário haver uma interação de fatores gerais que vão desde o nascimento (há um número maior de esquizofrênicos nascidos nos meses mais frios) até fatores dietéticos, mas sem uma resposta conclusiva. Sabe-se que existe uma gama de fatores que causam ou impedem o desencadeamento da doença.
EVOLUÇÃO DO TRATAMENTO
Dráuzio – No passado, o tratamento da esquizofrenia era precário. Hoje, houve um grande avanço farmacológico nessa área. Qual a melhor estratégia para tratar uma pessoa com essa doença?
Wagner Gattaz – Realmente, o progresso foi muito grande. Na verdade, começou no início dos anos 1950 com a introdução do primeiro medicamento antipsicótico. Ele provocou um esvaziamento dos hospitais psiquiátricos que eram usados como asilos para esses pacientes no passado. De lá para cá, esses medicamentos evoluíram muito. Hoje existem medicamentos com poucos efeitos colaterais que atuam nos sintomas negativos da doença.
Essa é a questão-chave. Como foi dito, o paciente com psicose esquizofrênica nem sempre tem consciência crítica de seu estado mórbido. Por que iria, então, tomar remédios para o resto da vida, ainda mais se têm efeitos adversos? Por isso, a principal causa de recaída da doença era o abandono do tratamento. Com o advento de novos medicamentos que são mais bem tolerados, aumentou a aderência do paciente ao tratamento e sua continuidade mesmo depois que desaparecem os sintomas.
Além disso, como qualquer doença na medicina, quanto mais precocemente começar o tratamento, melhor. Não só porque o início precoce impede que a doença provoque danos mais sensíveis na personalidade do paciente, mas também evita que ele abandone sua rotina de vida, os estudos, sua atividade profissional, preservando a estrutura socioeconômica que melhora muito o prognóstico.
Existem estudos denominados “Intervenção Precoce” que defendem o início do tratamento antes da manifestação completa da doença. Um deles está em andamento no Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas. Quando se detecta alto risco para a psicose, e existem critérios para determinar isso, prescreve-se o tratamento precoce a fim de evitar o desenvolvimento completo da doença.
Dráuzio – Qual é a eficácia do tratamento?
Wagner Gattaz – O tratamento tem boa eficácia para fazer regredir os sintomas negativos. Em muitos casos de adultos jovens e adolescentes, é possível conseguir que eles não interrompam suas atividades e mantenham boa reintegração social, o que evita muitos danos causados pela esquizofrenia.
Dráuzio – Esses medicamentos ainda produzem alguns efeitos colaterais. Quais são os mais frequentes?
Wagner Gattaz – A primeira geração de medicamentos, que continuam sendo usados inclusive porque são mais baratos, atua bloqueando o sistema cerebral da dopamina. Esse bloqueio simula os sintomas da doença de Parkinson, uma patologia causada exatamente pela falta de dopamina no cérebro, e ocorrem problemas motores, tremores, torcicolos violentos e rigidez muscular.
Esses efeitos colaterais mais graves da primeira geração foram amplamente abolidos com os medicamentos introduzidos na última década. São mais caros, embora não custem muito se comparados com outros métodos terapêuticos na medicina. Alguns deles provocam ganho de peso, que pode ser controlado com a troca do remédio.
Dráuzio – A administração desses medicamentos é cômoda para os pacientes?
Wagner Gattaz – A administração é cômoda, uma dose tomada por dia. Atualmente, estão sendo introduzidos antipsicóticos injetáveis, isto é, uma injeção que o paciente toma a cada duas ou quatro semanas. Isso facilita muito o tratamento e sua manutenção.
ORIENTAÇÃO AOS FAMILIARES E PACIENTES
Dráuzio – Como devem ser orientados os familiares para lidar com os doentes?
Wagner Gattaz – A primeira medida é esclarecer a família sobre as características da doença. Ela precisa entender que, se por acaso o paciente teve um surto de nervosismo ou agressividade (o que é raro em esquizofrenia), não se trata de mau caratismo ou maldade. Ele tem uma doença orgânica como qualquer outra, uma doença neuroquímica da qual é muito mais vítima do que agente malfeitor.
Essa informação ajuda a família a compreender melhor o problema e as necessidades do doente. Em um terço dos casos, mesmo a psicose desaparecendo, fica uma pequena sintomatologia residual. A pessoa não volta mais a ser a mesma. Permanece a diminuição dos impulsos e ela não consegue mais dar conta do que fazia antes. Por isso, muitas vezes, é preciso baixar as expectativas em relação ao portador de esquizofrenia. Esse é um fator que pode até ser medido em questionários conhecidos como “Emoções Expressas da Família”. Trabalhos mostram que, quando se reduz a pressão familiar, melhora o prognóstico e diminui o número de recaídas.
Dráuzio – Além da medicação, o que você recomenda aos doentes quanto ao estilo de vida?
Wagner Gattaz – Passado o surto agudo, os pacientes podem beneficiar-se participando de diferentes programas que vão ajudá-lo a reintegrar-se na sociedade. São programas que incluem desde terapia cognitiva específica para transtornos esquizofrênicos a fim de ensiná-los a  lidar com os sintomas e a doença, até um treinamento de profissionalização para aqueles que não conseguem retomar as atividades que exerciam antes ou treinamento em oficina abrigada para ajudá-lo a reintegrar-se na sociedade. O tratamento ideal é sempre o que proporciona melhor reintegração social do paciente.

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