3° bimestre
Trabalho do Bimestre
Tema: O criacionismos segundo a "Mitologia Hindu, Mitologia Grega" - a origem do Criacionismo Judeu
Faça uma reflexão sobre essas culturas e suas crenças, que existem antes mesmos do Gêneses judeu.
- Escrito a mão, 06 paginas no mínimo (pode conter imagens impressas).
As primeiras evidências de vida de que se tem conhecimento datam de 3,5 bilhões de anos e são provenientes de estromatólitos fossilizados. Os estromatólitos são estruturas rochosas produzidas por micro-organismos que formam filmes microbianos que aprisionam lama.
Abiogênese e biogênese
Estromatólitos são produzidos pela ação de micro-organismos.
No passado, o conhecimento sobre as formas como os seres vivos se reproduzem era precário, o que fez com que o entendimento sobre o surgimento da vida fosse compreendido de maneira incorreta. A princípio, acreditava-se que os seres vivos surgiam de matéria sem vida e de maneira espontânea. Uma camisa branca e farinha, por exemplo, poderiam ser responsáveis pelo surgimento de ratos. Essa visão, de que a vida surgia de matéria inanimada, era conhecida como teoria da abiogênese.
Vários pesquisadores realizaram estudos a fim de derrubar essa ideia, sendo um deles o cientista francês Louis Pasteur. Ele foi responsável por derrubar definitivamente a abiogênese por meio de um experimento com frascos de vidro. Esse pesquisador preparou um caldo nutritivo e o colocou no interior desses frascos. Posteriormente esticou e curvou os gargalos no fogo, desse modo, fervendo o caldo nutritivo e tornando-o estéril. O pesquisador esperou que o material se resfriasse e deixou seu experimento sob temperatura ambiente.
Após alguns dias, Pasteur percebeu que o caldo continuava sem que nenhum organismo se desenvolvesse. Ele então entendeu que a curvatura do gargalo impedia a entrada de micro-organismos. Ao quebrar o gargalo, o pesquisador percebeu que micro-organismos se desenvolviam no caldo. Ele pôde concluir, portanto, que a vida não surgia de matéria inanimada, e sim de uma outra vida preexistente — teoria da biogênese.
Os micro-organismos no caldo só se desenvolveram devido à contaminação que ocorreu quando a substância teve contato com o ar. Apesar de refutar a abiogênese e fortalecer a biogênese, o experimento de Pasteur não respondeu à pergunta de como a primeira forma de vida se formou.
Experimento de Redi – colaborou na compreensão de que um ser vivo não pode surgir de matéria sem vida
Como a primeira forma de vida se formou?
Uma das teorias mais aceitas atualmente para explicar a origem da vida na Terra é a proposta na década de 1920, pelo químico russo Oparin e o cientista britânico Haldane. De maneira independente, esses pesquisadores levantaram a hipótese de que a atmosfera primitiva permitiu a formação de compostos orgânicos com base em moléculas simples.
Segundo essa hipótese, a atmosfera da Terra primitiva era formada por gases como metano, amônia, hidrogênio e vapor d’água. Sob a ação de tempestades elétricas e intensa radiação ultravioleta, moléculas simples sofreram reações químicas e formaram moléculas mais complexas, como aminoácidos.
As moléculas, então, foram se arranjando e se combinando umas com as outras. Segundo Haldane, os oceanos primitivos eram uma solução rica em moléculas orgânicas, uma espécie de sopa primitiva, em que a vida surgiu de maneira gradual.
Em 1953, a hipótese de Oparin-Haldane foi testada por Stanley Miller e Harold Urey. Eles criaram, em laboratório, as condições que Oparin e Haldane acreditavam existir na Terra primitiva. O resultado do experimento foi a produção de moléculas orgânicas.
Vale salientar, no entanto, que hoje se sabe que a atmosfera primitiva não apresentava as condições propostas por Oparin e Haldane. Entretanto, experimentos semelhantes aos realizados por Miller e Urey, utilizando as características da atmosfera que acreditamos hoje que a Terra primitiva possuía, também foram capazes de produzir moléculas orgânicas.
Teoria de Oparin e Haldane
De forma independente, os cientistas Oparin e Haldane levantaram uma hipótese que é hoje considerada a mais aceita de origem da vida. Eles propuseram que a atmosfera primitiva da Terra apresentava compostos que sofreram a ação de raios e da radiação ultravioleta, dando origem a moléculas simples. Essas moléculas orgânicas ficavam nos oceanos primitivos, formando uma espécie de “sopa primitiva”.
De acordo com os pesquisadores, a atmosfera primitiva terrestre era composta basicamente por amônia, hidrogênio, metano e vapor d'água. O vapor d'água da atmosfera condensava-se e dava origem a chuvas. A água, ao cair no solo, evaporava-se rapidamente, uma vez que a superfície terrestre ainda era quente, dando inicio, desse modo, a um ciclo de chuvas. Nesse cenário observava-se ainda descargas elétricas e a radiação ultravioleta do Sol, que fazia com que os elementos atmosféricos reagissem e formassem compostos, os aminoácidos.
A água das chuvas levou esses aminoácidos à superfície terrestre. Esses, ao encontrarem condições favoráveis, começaram a formar estruturas semelhantes a proteínas. Com a formação dos oceanos, essas “proteínas primitivas” foram arrastadas para esses locais e formaram os coacervados, os quais podem ser definidos como agregados de proteínas rodeados por água. Após algum tempo, esses coacervados tornaram-se estáveis e mais complexos.
A ideia de Oparin-Haldane foi posteriormente testada pelos pesquisadores Miller e Urey, em 1953. Eles criaram um experimento em que foi possível simular as condições da Terra primitiva. O resultado foi impressionante, tendo sido eles capazes de produzir aminoácidos e outros compostos orgânicos. Desse modo, ambos concluíram que moléculas orgânicas podiam ser geradas de maneira espontânea em condições equivalentes às da Terra primitiva."Entretanto, posteriormente, descobriu-se que a atmosfera primitiva provavelmente não era um ambiente como o sugerido por Oparin e Haldane. Ainda assim, mesmo considerando as novas descobertas para as características da atmosfera da Terra primitiva, foi possível produzir moléculas orgânicas.
Vale salientar também que a atmosfera primitiva poderia ser redutora em pequenas porções, como aquelas perto de aberturas de vulcões. Experimentos realizados nessas condições também geraram aminoácidos.
Alimentação do primeiro ser vivo: hipóteses autotrófica e heterotrófica
Além de compreender como os seres vivos surgiram, os cientistas também buscam saber como esses sobreviveram em um ambiente tão remoto. Muito se discute ainda se o primeiro ser vivo era autotrófico ou heterotrófico, sendo possível observar muita discordância entre os autores de livros didáticos nesse sentido. Veja a seguir essas duas hipóteses:
Hipótese heterotrófica: afirma que o primeiro ser vivo não era capaz de produzir seu próprio alimento. Desse modo, esses primeiros seres alimentavam-se de moléculas orgânicas que estavam presentes no meio. Os que defendem essa ideia afirmam que os seres vivos primitivos seriam muito simples e incapazes de produzir seu próprio alimento. Provavelmente esses organismos extraiam energia dos alimentos por meio da realização da fermentação.
Hipótese autotrófica: afirma que os primeiros seres vivos eram capazes de produzir seu próprio alimento. Os autores que sustentam essa ideia acreditam que a Terra não possuía moléculas orgânicas suficientes para alimentar esses primeiros seres. Entretanto, vale destacar que provavelmente os primeiros organismos conseguiram obter seu alimento pelo processo de quimiossíntese, que não necessita de energia luminosa, como a fotossíntese. Na quimiossíntese os seres vivos produzem moléculas orgânicas utilizando a energia química proveniente de compostos inorgânicos."
As primeiras formas de vida eram autotróficas ou heterotróficas?
Com base no entendimento de como os primeiros seres vivos apareceram em nosso planeta, outra dúvida surgiu: como os organismos primitivos conseguiam seu alimento? Temos duas hipóteses para responder a essa pergunta: a autotrófica e a heterotrófica. De acordo com a hipótese autotrófica, os primeiros seres vivos eram capazes de produzir seu próprio alimento por meio de diferentes processos químicos.
Provavelmente, esses organismos eram seres quimiossintetizantes que utilizavam a energia proveniente da oxidação de compostos inorgânicos para produzir sua matéria orgânica. A hipótese heterotrófica, por sua vez, afirma que os primeiros seres vivos eram incapazes de produzir seu próprio alimento e se alimentavam de moléculas orgânicas simples que estavam disponíveis no meio ambiente.
As duas hipóteses receberam críticas. Enquanto os defensores da hipótese autotrófica afirmam que os primeiros organismos não dispunham de matéria orgânica em quantidade necessária para seu desenvolvimento, os defensores da hipótese heterotrófica afirmam que os primeiros seres vivos não apresentavam o aparato necessário para produzir seu alimento.
Outras hipóteses para a origem da vida
Outras hipóteses tentam explicar a origem da vida em nosso planeta. Dentre as principais, podemos citar o criacionismo e a panspermia.
Criacionismo
O criacionismo é a forma como as religiões tradicionais explicam a origem do mundo e do homem.
"A questão sobre as origens do homem remete a um amplo debate, no qual filosofia, religião e ciência entram em cena para construir diferentes concepções sobre a existência da vida humana e, implicitamente, por que somos o único espécime dotado de características que nos diferenciam do restante dos animais.
Desde as primeiras manifestações mítico-religiosas o homem busca resposta para essa questão. Nesse âmbito, a teoria criacionista é a que tem maior aceitação. Ao mesmo tempo, ao contrário do que muitos pensam, as diferentes religiões do mundo elaboraram uma versão própria da teoria criacionista.
Criacionismo na mitologia grega
A mitologia grega atribui a origem do homem ao feito dos titãs Epimeteu e Prometeu. Epimeteu teria criado os homens sem vida, imperfeitos e feitos a partir de um molde de barro. Por compaixão, seu irmão Prometeu resolveu roubar o fogo do deus Vulcano para dar vida à raça humana. Já a mitologia chinesa atribui a criação da raça humana à solidão da deusa Nu Wa, que, ao perceber sua sombra sob as ondas de um rio, resolveu criar seres à sua semelhança.""Criacionismo no cristianismo
O cristianismo adota a Bíblia como fonte explicativa sobre a criação do homem. Segundo a narrativa bíblica, o homem foi concebido depois que Deus criou céus e terra. Também feito a partir do barro, o homem teria ganhado vida quando Deus assoprou o fôlego da vida em suas narinas. Outras religiões contemporâneas e antigas formulam outras explicações, e algumas chegam a ter pontos de explicação bastante semelhantes.
Sendo um tema polêmico e inacabado, a origem do homem ainda será uma delicada questão capaz de se desdobrar em outros debates. Dessa forma, cabe a cada um julgar e adotar, por meio de critérios pessoais, a corrente explicativa que lhe parece mais plausível."
Panspermia
Panspermia é uma hipótese que afirma que a vida no planeta pode ter sido iniciada com base em partículas da vida que chegaram à Terra através do espaço. De acordo com o filósofo grego Anaxágoras, existiam sementes da vida em todo o Universo. Desse modo, a vida pode não ter sido originada aqui, e sim ter chegado ao planeta depois.
Essa ideia criou força no século XIX, quando os químicos Thenard, Vauquelin e Berzelius descobriram compostos orgânicos em amostras de um meteorito. Em 1871, o físico William Thomson propôs que meteoros ou asteroides, ao colidirem com planetas que continham vida, poderiam ter ejetado rochas contendo seres vivos. Assim, rochas contendo vida podem ter trazido ou colaborado com a origem da vida na Terra."
"De acordo com a teoria da panspermia, a vida pode ter chegado ao planeta por meio de um meteorito.
Fragmentos do meteorito Murchison, por exemplo, contêm mais de 80 aminoácidos diferentes. Além disso, esses fragmentos, que caíram na Austrália em 1969, contêm, além de aminoácidos, outras moléculas orgânicas fundamentais.
"Quando falamos em origem da vida, sempre há muitas dúvidas e teorias. Uma das mais conhecidas e aceitas é a da evolução química, que propõe que a vida surgiu nos oceanos da Terra primitiva. Porém, diversas pesquisas sugerem que as substâncias que contribuíram para a formação das primeiras formas de vida podem ter chegado ao planeta, e não terem sido formadas aqui. Essa é a chamada Panspermia Cósmica.
Segundo a teoria da Panspermia Cósmica, existiram partículas de vida que teriam caído na Terra acompanhadas de cometas e meteoros. Essas partículas seriam como esporos prontos para germinar. Acredita-se que essa hipótese tenha sido proposta inicialmente no século V a.C., na Grécia, por Anaxágoras.
A teoria foi novamente posta em discussão por volta de 1879 pelos trabalhos de Hermann von Helmholtz e William Thomson, que afirmavam a possibilidade de meteoros servirem de meio de transporte para as formas de vida encontradas no espaço. Svante Arrhenius também contribuiu muito para a teoria. Ele sugeriu que os esporos poderiam ser transportados no espaço pela pressão da radiação emitida por estrelas.
Fred Hoyle, ao estudar as galáxias, verificou que seria possível que bactérias viajassem pelo universo. Ele observou que na poeira espacial havia compostos de carbono e água, sendo que esta refletia determinado espectro de luz, que era coincidentemente o mesmo que as bactérias refletiam. Quando expôs sua teoria em 1979, muitos pesquisadores ficaram céticos em relação à teoria."
"Diversos trabalhos continuaram tentando confirmar a teoria da Panspermia. Dentre eles, destacaram-se o de Orguiel, os de Murchison e de Allend, que verificaram aminoácidos em porões de meteoritos. Esses aminoácidos poderiam ter sido trazidos à Terra e terem se tornado componentes dos oceanos primitivos após sua liberação. Acredita-se que esses meteoros chocavam-se com a água e liberavam aminoácidos no processo de hidrólise.
Baseando-se nessa teoria, pode ser que toda a galáxia tenha sido bombardeada com essas formas de vida ou substância precursora, portanto, não há motivos para que não possa existir vida em outros planetas.
Essa teoria apresenta ainda diversas dúvidas, tais como: De que forma esses micro-organismos viajaram pelo espaço, suportando todas as suas adversidades? Além disso, como eles foram formados em outros locais?"
"Quando falamos em evolução biológica, geralmente o primeiro nome que nos vem à mente é o de Charles Darwin. Entretanto, não podemos atribuir todos os méritos a ele, já que Alfred Wallace também havia percebido muitos dos aspectos que Darwin apontou em suas observações e que guardou basicamente em segredo por mais de vinte anos. Apenas quando Wallace enviou a Darwin seus manuscritos – devemos nos lembrar de que este voltou da expedição bastante reconhecido como cientista – é que ele foi impulsionado a publicar suas ideias. Seguindo o conselho de amigos, a teoria foi revelada com a autoria dos dois em 1858.
Teoria da evolução
A teoria da Evolução, proposta por Darwin, baseia-se em alguns pontos-chave: ancestralidade comum e a seleção natural, que propõe que os organismos mais aptos sobrevivem.
O diferencial de Darwin era o conjunto de evidências e argumentos a favor da evolução que possuía. Esse fato, somado à sua posição de destaque no meio científico e à publicação do livro “A origem das espécies por meio da seleção natural, ou a preservação das raças favorecidas na luta pela vida”, é o que faz com que, na maioria das vezes, apenas ele seja lembrado.
Naquela época, os mecanismos de hereditariedade e mutação não eram conhecidos e, por isso, temos a teoria sintética da evolução (ou neodarwinismo) como uma versão aprimorada desses princípios desenvolvidos por Darwin e Wallace.
Agora que já sabemos quem são os autores, vamos conhecer os aspectos dessa teoria:
Principais aspectos da Teoria da Evolução
- Em qualquer grupo de espécies, todos os indivíduos possuem ancestrais em comum em algum momento da história evolutiva. Assim, são descendentes deles com modificações e resultam da seleção natural;"
"- Indivíduos da mesma espécie, mesmo que parentes próximos, possuem variações entre si, o que é resultado de mutações e/ou reprodução sexuada. Algumas dessas variações são hereditárias, ou seja, podem ser transmitidas para a geração seguinte;
- A limitação na disponibilidade de recursos faz com que indivíduos de uma população lutem, direta ou indiretamente, por esses recursos e pela sua sobrevivência. Dessas variações, algumas podem ser vantajosas, permitindo que alguns, nesse cenário, destaquem-se e outros não. Esses últimos podem não sobreviver e, tampouco, reproduzir-se;
- Aqueles que sobrevivem (os mais aptos) podem transmitir à prole a característica que permitiu sua vitória, caso seja hereditária;
- Esse processo, denominado de seleção natural, resulta na adaptação de determinados indivíduos ao ambiente e também no surgimento de novas espécies.
A seleção natural é bastante parecida com a artificial, só que essa última é o resultado de ações humanas (diretas ou indiretas) sobre determinado organismo. A penicilina, por exemplo, foi bastante usada há algumas décadas como principal agente de combate a bactérias e, atualmente, não é eficaz no tratamento de algumas doenças, uma consequência da seleção das bactérias resistentes em razão do uso indiscriminado dessa substância."
A seleção natural é um dos principais mecanismos da evolução. De uma maneira bastante simples, podemos dizer que a seleção natural é um processo em que os organismos mais aptos são selecionados, sobrevivem no meio, reproduzem-se e passam suas características aos seus descendentes.
Quem propôs a teoria da seleção natural?
A teoria da seleção natural foi proposta por Charles Darwin, um importante naturalista que mudou o entendimento de como as espécies modificam-se ao longo do tempo. Segundo esse naturalista, há uma luta constante pela sobrevivência, e a seleção natural atua nesse processo. Assim sendo, o organismo mais apto conseguiria sobreviver e teria mais chances de reproduzir-se, preservando, assim, as variações úteis para cada espécie. Vale destacar, no entanto, que, apesar de conhecermos os genes e os mecanismos de hereditariedade, Charles Darwin não os conhecia, o que deixou uma lacuna em seu trabalho, mas que foi posteriormente preenchida.
Como a seleção natural ocorre?
Para que a seleção natural ocorra, são necessários alguns fatores: variabilidade entre os indivíduos, reprodução diferenciada e hereditariedade.
Variabilidade entre os indivíduos: Os organismos de uma mesma espécie precisam ter variações em suas características. Sem essas diferenças individuais, a seleção não poderia atuar.
Reprodução diferenciada: Os organismos mais adaptados a uma região reproduzem-se com maior frequência que os outros. Características desvantajosas podem levar indivíduos à morte antes mesmo de sua reprodução.
Hereditariedade: As características vantajosas são passadas para os descendentes, aumentando sua frequência em uma população. Essa característica, caso continue a garantir vantagem evolutiva, será passada para várias gerações até que a característica desvantajosa torne-se rara.
Imagine que exista uma população de mamíferos brancos e pretos (variabilidade) e que eles vivam em uma região de neve. Os mamíferos pretos são facilmente visualizados por predadores, o que não ocorre com os brancos, que conseguem camuflar-se na neve. Com isso, observa-se uma menor predação dos indivíduos brancos, que apresentam mais chances de chegar à idade reprodutiva (reprodução diferenciada). No momento da reprodução, as características vantajosas são repassadas pelos genes (hereditariedade) para os descendentes. Com o tempo, a quantidade de mamíferos brancos, mais bem adaptados, ultrapassa o número de mamíferos pretos.
Evidências da evolução
São várias as evidências da evolução que sustentam essa teoria. Entre as principais, podemos citar o registro fóssil, as homologias e as evidências celulares e moleculares.
As teorias evolutivas sugerem que os organismos sofreram modificações desde o seu surgimento no planeta até os dias atuais e que alguns não foram capazes de sobreviver às pressões exercidas pelo meio e acabaram sendo extintos. Diante disso, é fácil perceber que os seres vivos que hoje habitam o planeta não são os mesmos que habitavam milhares de anos atrás.
As teorias evolutivas são bem-aceitas nos dias atuais e é possível enumerar algumas evidências que as sustentam. A seguir destacaremos alguns pontos importantes que nos ajudam a perceber que os organismos realmente sofreram mudanças ao longos dos anos.
Evidências fósseis
Os fósseis nada mais são do que documentos que atestam que a vida como conhecemos hoje não é igual à vida nos tempos passados. Eles podem ser definidos como restos ou vestígios de seres vivos que ficaram preservados em rochas, gelo, âmbar ou outros materiais. Alguns pesquisadores aceitam a ideia de que os fósseis devem ter mais de 10 mil anos de idade para serem assim chamados.
Os fósseis são considerados evidências da evolução porque esse registro mostra frequentemente organismos bastante diferentes do que vemos hoje. Esse é o caso dos dinossauros, que possuem seu registro bem documentado nos fósseis, sendo encontrados ossos, pegadas, dentes e até mesmo fezes fossilizadas desses animais. Vale destacar também que, nos fósseis, é possível verificar estágios intermediários que mostram semelhanças entre seres ancestrais e seus descendentes.
Homologias e analogias
Os organismos vivos apresentam características que os tornam similares a outros, o que pode sugerir que, em algum período da história da vida na Terra, eles compartilharam um ancestral em comum. Quando analisamos os membros de um crocodilo e de um rato, por exemplo, percebemos que eles, apesar da diferença na morfologia, são bastante similares em sua anatomia, o que sugere que eles possam apresentar algum parentesco. Nesse caso, dizemos que a característica é homóloga, ou seja, possui origem embrionária semelhante, mas nem sempre exerce a mesma função.
Algumas vezes, no entanto, as características são semelhantes, mas analisando-se a origem embrionária, percebe-se que elas são bastante distintas. Esse caso pode ser verificado, por exemplo, ao analisar a asa do morcego e a asa de um pássaro, que, apesar de serem semelhantes em função, são diferentes anatomicamente. Uma análise profunda permite concluir, portanto, que são organismos pouco aparentados. Nesse caso, dizemos que as estruturas são análogas, pois possuem mesma função, mas origem embrionária diferente.
Órgãos vestigiais
Os órgãos vestigiais são estruturas que se encontram atrofiadas e sem função aparente em um organismo. A presença desses órgãos pode ser interpretada como uma evidência da evolução, uma vez que a estrutura, hoje sem grande função aparente, pode ter sido no passado extremamente importante para os ancestrais daquela espécie.
Evidências celulares e moleculares
Além de todas as evidências descritas acima, podemos destacar as semelhanças observadas nos seres vivos a nível celular e molecular. Em virtude do desenvolvimento de tecnologias modernas, ficou fácil analisar as células dos organismos e as substâncias que as compõem.
Quando falamos em células, é possível perceber que existem diferenças entre um tipo celular e outro, entretanto, algumas características são bastante similares. Além disso, é fundamental citar que todos os seres vivos são constituídos por essas estruturas, sendo uma evidência, portanto, que temos ancestrais em comum.
Analisando o nível molecular, é possível perceber ainda as informações contidas em nosso DNA e as relações entre as diferentes espécies. São muitos os genes compartilhados entre os seres vivos, o que sugere certo parentesco. Estudos indicam que o mapa genético do macaco bonobo, por exemplo, é 98,7% igual ao do ser humano, mostrando que somos parentes próximos desses seres.
Assim sendo, percebe-se que as teorias evolutivas apresentam bases sólidas que permitem afirmar com convicção que os seres sofrem mudanças. Entretanto, muitas teorias divergem em como essas mudanças ocorrem.
Semelhanças entre o chimpanzé e o homem
Existem semelhanças entre o chimpanzé e o homem. Cerca de 98% dos genes dos chimpanzés assemelham-se com os do homem.
Para alguns pesquisadores, os chipanzés, em algum estágio evolutivo tiveram bloqueado o incremento da inteligência num momento anterior à criação de uma linguagem (comunicação gestual e sonora). Isso quer dizer que os macacos podem apenas copiar um comportamento com a repetição de gestos ou a “escolhas” de símbolos sem significado comum entre a população e muito menos propagável hereditariamente.
Contudo, há quem considere que esses primatas possuem aptidões mentais como as de uma criança de 4 anos de idade. Experiências demonstraram que são capazes de expressões envolvendo raciocínio lógico e de aprendizagem, comunicando-se através de sinais e símbolos gráficos mediados por interpretação computadorizada.
Recentes descobertas evidenciam que os chimpanzés conseguem desenvolver cultura própria, reforçando a similaridade com o homem.
Em demonstrações realizadas pelo primatologista Andrew Whiten, com relação ao estilo de vida adotado por um grupo de animais, esclarece que os hábitos comportamentais podem ser aprendidos e não puramente herdados.
Com base nas características anatômicas: rotação e liberdade de movimentos dos ombros e dos braços, a habilidade das mãos, tendo o primeiro dedo oponível funcionando como pinças para agarrar, foi possível o desenvolvimento de técnicas e ferramentas empregadas para caçar insetos, bem como abrir nozes, misturar alimentos e manter comunicação entre os membros do grupo.
Consideráveis parâmetros despertam estudos comparativos, genéticos e comportamentais correlacionados às semelhanças existentes entre o chimpanzé e o homem.
Teoria sintética da evolução
Os mecanismos evolutivos propostos por Darwin continham uma lacuna: a explicação para a origem da diversidade; sendo este um motivo para que algumas pessoas questionassem sua obra. Apesar de tanto Mendel quanto Darwin terem vivido na mesma época, esse não teve contato com as ideias do precursor da Genética. Aliás, algumas fontes afirmam que Darwin possuía algumas publicações de Mendel em sua biblioteca sem, no entanto, tê-las lido.
Mendel, ao contrário de Darwin, não era alguém de prestígio reconhecido. Dessa forma, sua obra permaneceu quase que emanonimato por muito tempo, até ser redescoberta, no início do século 19.
Em meados de 1930, alguns cientistas passaram a reconhecer a ligação entre seleção natural e a genética; tendo Dobhansky (geneticista), Mayr (zoólogo), Simpson (paleontólogo) e Stebbins (botânico) como os principais autores dessas ideias. Assim, foi formulada a Teoria sintética da evolução, também conhecida como neodarwinismo, ou Teoria neodarwinista, relacionando essas duas frentes da Biologia.
Essa teoria considera que as mutações, combinações gênicas, e seleção natural são os fatores principais que culminam na evolução; sendo as combinações gênicas consequências da segregação independente dos cromossomos, e permutações que ocorrem durante a meiose. Tanto ela quanto as mutações estão relacionadas à variabilidade genética da população.
Essas últimas ocorrem ao acaso, sendo que, por seleção natural, podem ser mantidas, como características adaptativas; ou causar o fim de determinados indivíduos. Assim, quando positiva (primeiro caso), este tipo de seleção permitirá que alguns representantes de uma população tenham mais chances de sobrevivência, reproduzindo e dando origem a indivíduos também mais bem adaptados, caso este fator seja hereditário.
A seleção natural, desta forma, elimina indivíduos que possuem aspectos desvantajosos para uma determinada situação, sendo estes, portanto, menos adaptados a ela. Assim, considerando que ambientes não são sistemas estáveis e constantes, diferentes pressões seletivas podem ocorrer dentro de uma população, evitando a eliminação de determinados alelos que não seriam mantidos caso o ambiente fosse homogêneo.
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