Mata Atlântica
Mata Atlântica é o nome popular dado à floresta tropical atlântica que se distribui em milhares de fragmentos da região litorânea aos planaltos e serras do interior, do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul. Originalmente, essa formação vegetal ocupava uma área de 1.300.000 km², em áreas de 17 estados (PI, CE, RN, PB, PE, AL, SE, BA, ES, RJ, MG, GO, MS, SP, PR, SC, RS), ocorrendo de forma contínua entre RN e RS. Estreita na Região Nordeste, ela alargava-se para o Sul, até atingir sua largura máxima na bacia do Rio Paraná, penetrando, inclusive, no Paraguai e Argentina. Atualmente sua área fica em torno de 6 a 8% da original.
A Mata Atlântica, sem perder certa homogeneidade, apresenta um conjunto de formações florestais bastante diversificadas, que são: Floresta Ombrófila Densa, Floresta Ombrófila Mista, Floresta Ombrófila Aberta, Floresta Estacional Semidecidual e Floresta Estacional Decidual. Além disso, alguns ecossistemas estão associados a esse bioma, como o manguezal, restinga, campos de altitude, e brejos interioranos. Essa variedade é resultado das variações climáticas e de relevo.
Os tipos climáticos da Mata Atlântica variam de quentes e úmidos a moderadamente frios. Tais climas são caracterizados por temperaturas altas, elevada umidade relativa do ar, precipitações abundantes, nevoeiros frequentes em algumas áreas e intensa luminosidade.
Sua composição florística é extremamente variada. O estrato superior da floresta é composto por árvores mais altas, como as leguminosas, os ipês, o manacá-da-serra, entre outras. O estrato arbustivo é formado por espécies arbóreas (jabuticabeiras, palmito-juçara, begônias, etc.) que vivem sombreadas pelas árvores mais altas. Plantas de pequeno porte formam o estrato herbáceo, como ervas, gramíneas, musgos e plantas jovens que farão parte dos estratos superiores. As lianas e epífitas se agregam aos estratos médio e superior da floresta.
A flora é muita rica em espécies endêmicas, entre as quais estão o pinheiro-do-paraná (Araucaria angustifólia), pau-brasil (Caesalpinia echinata), jequitibá (Cariniana ianeirensis) e Eugenia itacarensis, que são também ameaçadas de extinção.
A Mata Atlântica é um conjunto de formações florestais que se estende por uma faixa de 1.300.000 km² do Rio Grande do Sul ao Piauí, passando por 17 Estados brasileiros.
Ela ocupa um papel importante na manutenção dos recursos hídricos disponíveis dos principais estados brasileiros, abrangendo sete das nove maiores bacias hidrográficas do país. Possuindo assim, uma grande importância do ponto vista econômico, visto que 110 milhões de pessoas, ou 62% da população brasileira, vivem nessa região. O que, infelizmente, contribui, também, para que este fosse o conjunto de ecossistemas mais devastado: cerca de 93% da Mata Atlântica original não existe mais.
Explorada desde a época da colonização pela extração do Pau-Brasil e, depois pelo cultivo de monoculturas como o café e a cana-de-açúcar, a Mata Atlântica se reduz hoje, a apenas, 7% da sua cobertura original. Com isso cerca de 261 espécies de mamíferos, 1020 de pássaros, 197 espécies de répteis, 340 de anfíbios, 350 de peixes e cerca de 20 mil espécies vegetais, estão seriamente ameaçadas. Sem contar que a grande maioria dessas espécies são endêmicas, ou seja, só existem aqui.
Na tentativa de preservar o que restou dessa riqueza, foram criadas diversas Unidades de Conservação (áreas de preservação previstas em Lei), totalizando 860 unidades. A maior delas com 315 mil hectares é o Parque Estadual da Serra do Mar. Com o mesmo intuito, foi aprovada a Lei da Mata Atlântica (Lei Nº285/99) em 2006, que acaba com as controvérsias acerca de sua extensão e características principais, além de definir medidas de preservação.
Mesmo assim, a Mata Atlântica sofre a pressão do crescente aumento das cidades e da poluição que põem em risco as tentativas de preservá-la.
No último levantamento realizado pelo INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) em parceria com a Ong SOS Mata Atlântica, que abrangeu 60% do bioma, foi constatado que, mesmo com a diminuição de 71% no ritmo de desflorestamento, as áreas degradadas somam 95.066 hectares. Destes, 73.561 estão concentrados em Santa Catarina e Paraná trazendo diversos problemas não só ao meio ambiente, mas, também ao homem. Vale lembrar que o desmatamento é uma das principais causas da desertificação (processo de transformação de terras férteis em terras inférteis) que vem afetando seriamente o sul do país.
Entretanto, apesar dos dados, a história nos mostra que é possível recuperar o que perdemos. Em 1862, ao passar uma grave crise de escassez hídrica, o Governo Imperial iniciou a recuperação da área de Mata Atlântica que havia sido degradada pelos cerca de 160 engenhos e lavouras de café que existiam na região da cidade do Rio de Janeiro. Através do replantio de árvores típicas foi recuperado o que hoje é a Floresta da Tijuca. A maior floresta urbana do mundo com 3.300 hectares.
Fauna da Mata Atlântica
O bioma Mata Atlântica é uma das maiores florestas tropicais do planeta e é um dos mais importantes hotspots do mundo (áreas com elevada biodiversidade e prioritárias para a conservação). Mesmo sendo uma floresta bastante fragmentada e destruída, ainda é uma das mais ricas em biodiversidade. A fauna da Mata Atlântica é caracterizada pela enorme quantidade de espécies endêmicas, ou seja, que não podem ser encontradas em nenhum outro lugar do planeta.
Mamíferos
A Mata Atlântica abriga cerca de 250 espécies de mamíferos, sendo que 55 espécies são consideradas endêmicas e 38 estão ameaçadas de extinção. Esse grupo é representado por animais de médio e grande porte como onças, veados, antas, tamanduás, macacos, preguiças e cotias, e animais de pequeno porte como marsupiais, roedores e morcegos. Entre as espécies ameaçadas de extinção estão as quatro espécies de mico-leões (Leontopithecus spp.), que são endêmicas desse bioma. O mico-leão-dourado é considerado uma “espécie bandeira” (espécies que geram uma maior empatia por parte pessoas e são utilizadas em campanhas de conscientização a proteção e conservação de um bioma).
A preguiça-de-coleira (Bradypus torquatus) também é endêmica da Mata Atlântica e está ameaçada de extinção. Também estão presentes nesse bioma importantes predadores como a onça-pintada (Panthera onca) e a onça-parda (Puma Concolor), que são os maiores felinos do Brasil, e herbívoros de grande porte como os veados Mazama nana (veado-bororó) e Mazama americana (veado-mateiro).
Peixes
Estima-se que existem mais de 300 espécies de peixes de água doce no bioma, incluindo bagres, tucunarés, piabas, piaus, piranhas e muitos outros. Destaca-se o surubim-do-paraíba (Steindachneridion parahybae), um bagre de grande porte ameaçado de extinção.
Nenhum comentário:
Postar um comentário