Genes x Clonagem

 ESTUDANDO OS GENES - HEREDITARIEDADE



Vamos fazer algumas reflexões: 

O que você entende por hereditariedade? 

Todos os(as) filhos(as) devem ser parecidos(as) com seus pais? 

Você sabe o que a Ciência diz sobre hereditariedade?



Após essas reflexões, dos vídeos, veja textos que falam sobre hereditariedade, eles sintetizam as teorias, conceitos e informações científicas gerais que poderão abrir discussões sobre o assunto, registre as observações e ideias principais levantadas durante este momento, destacando seus entendimentos, e apresente dúvidas de conceitos nunca vistos ou desconhecidos. É importante anotar as principais dúvidas em seu caderno para retomá-las ao longo das aulas.

 Neste momento, você não deve se preocupar com os erros, as ideias equivocadas serão retomadas ao longo do desenvolvimento das atividades, à medida que a turma for construindo o conhecimento, de modo que todos e todas possam explicitar suas percepções, registrando em seu caderno as discussões e conclusões.


“Cara de um, focinho de outro”

O Snoopy você conhece: ele é o cachorro do Charlie Brown, e é um beagle que tem como melhor amigo um pássaro chamado Woodstock. Mas será que já ouviu falar no Snuppy (repare na grafia diferente do nome)? É provável. Esse simpático filhote da raça “afghan hound” virou notícia. Adivinhe por quê! Snuppy é um clone. Isto é, uma cópia fiel de um outro cachorro da raça “afghan hound”. Cópia? Sim, podemos dizer isso porque Snuppy tem o DNA igual ao desse outro cão. O DNA é uma sequência de códigos que define as características físicas de cada ser vivo – e tanto Snuppy quanto o outro cachorro têm o DNA idêntico. Esse filhote de “afghan hound” é o primeiro clone de cachorro do mundo. Ele nasceu graças ao trabalho de uma equipe formada por um pesquisador dos Estados Unidos e por cientistas da Coréia do Sul – tanto é que seu nome é uma abreviação da frase “filhote da Universidade Nacional de Seul”, quando escrita em inglês (Seul é a capital da Coréia do Sul). “Nós quisemos dar ao cachorro um nome que representasse algo”, contou à Ciência Hoje das Crianças Woo-Suk Hwang, que liderou o grupo de cientistas. Sabe o que ele e seus companheiros fizeram? Não, não colocaram um “afghan hound” macho junto com uma fêmea da mesma raça para que eles cruzassem e assim nasceu o filhote. Se tivessem feito isso, qual seria a novidade? Nenhuma. Uma célula do cachorro – o espermatozoide – iria encontrar uma outra célula da cadela – a célula-ovo. Desse encontro, seria formada uma nova célula, que se dividiria em duas, em quatro, em oito e assim por diante, formando um embrião – no caso, um filhote de cachorro nos primeiros estágios do seu desenvolvimento. E ele teria um DNA próprio, diferente do pai e da mãe. Para que um cachorro com as características de Snuppy nascesse, era preciso fazer algo diferente. A equipe do cientista Woo-Suk Hwang usou então a mesma técnica que deu origem ao primeiro clone do mundo: a ovelha Dolly Os pesquisadores coletaram células-ovo de várias cadelas. Em seguida, removeram o núcleo de cada uma e o substituíram pelo núcleo retirado de células da pele de um “afghan hound” adulto. Em nenhum momento colocaram as células-ovo em contato com espermatozoide, e mesmo assim conseguiram formar mais de mil embriões. Todos eles foram transferidos para 123 cadelas. Somente três delas, no entanto, ficaram prenhes de fato. E apenas duas conseguiram levar a gestação até o fim. Snuppy nasceu de uma cadela da raça labrador. Um outro filhote – chamado NT-2 – nasceu de uma cachorra vira-lata, mas morreu de pneumonia, com 22 dias de vida. Antes de Snuppy, diversos animais já haviam sido clonados pelos cientistas: ovelhas, ratos, vacas, porcos, coelhos, gatos… demorou para que os cachorros entrassem nessa lista porque as células-ovo desses animais são lançadas do ovário – o local onde ficam guardadas – mais cedo do que em outros mamíferos, e quando ainda não estão completamente maduras. Os pesquisadores liderados por Woo-Suk Hwang mostraram que a clonagem desses bichos é possível, mas pouco eficiente. Afinal, todo o trabalho resultou em um único clone sadio: Snuppy. E sabe quem está cuidando desse filhote? Os próprios cientistas, contou Woo-Suk Hwang à CHC. Se depois de ouvir essa história você ficou interessado em procurar esse pesquisador para clonar o seu cachorro…esqueça! “Clonar animais de estimação não é o nosso principal interesse”, explica ele. Na verdade, a ideia seria ter diversos animais idênticos para estudar a origem, o desenvolvimento e o tratamento de doenças.



Clone x Clonagem 

O termo clone foi criado em 1903 pelo botânico Herbert J. Webber enquanto pesquisava plantas no Departamento de Agricultura dos Estados Unidos. Segundo Webber, o termo vem da palavra grega Klón, que significa broto vegetal. É basicamente um conjunto de células, moléculas ou organismos descendentes de uma célula e que são geneticamente idênticas a célula original.

Clonagem é o processo natural ou artificial pelo qual são produzidos clones, cópias fiéis geneticamente de outro ser, por reprodução assexuada.

A clonagem tem sido um assunto muito debatido recentemente, devido as técnicas que permitem a clonagem de animais a partir de óvulos não fecundados. Mas processos de clonagem artificial são conhecidos desde o século XIX entre os agricultores, que já obtinham clones de plantas através de uma planta matriz, que originava dezenas de novas plantas geneticamente idênticas. A primeira experiência com clonagem de animais ocorreu no ano de 1996, na Escócia, no Instituto de Embriologia Roslin. O embriologista responsável foi o doutor Ian Wilmut. Ele conseguiu clonar uma ovelha, batizada de Dolly. Após esta experiência, vários animais foram clonados, como por exemplo, bois, cavalos, ratos e porcos.

O que é:

  • Clonar é um processo de obtenção de um clone;
  • Clonar um ser vivo significa obter mais “cópias” dele.

Os clones não chamaram muita atenção durante anos, pois a clonagem se restringia principalmente a plantas e protozoários. Porém em 1996, um anúncio marcou a história da genética. O escocês Ian Wilmut, do Instituto Roslin, de Edimburgo, com a colaboração da empresa de biotecnologia PPL Therapeutics conseguiram a proeza de mostrar que era possível a partir de uma célula somática diferenciada clonar um mamífero, tratava-se de uma ovelha da raça Finn Dorset chamada de Dolly. Para que a ovelha Dolly nascesse foi necessário fazer 277 tentativas.

Como foi realizado o processo de clonagem da ovelha Dolly?

Eles isolaram uma célula mamária congelada de uma ovelha da raça Finn Dorset de seis anos de idade e a colocaram numa cultura com baixa concentração de nutrientes. Com isso a célula entrou em um estado de latência parando de crescer. Em paralelo, foi retirado o óvulo não fertilizado de uma outra ovelha, da raça Scottish Blackface, de cor escura. Desse óvulo não fertilizado foi retirado o núcleo, transformando-o em um óvulo não fertilizado e sem núcleo. Através de um processo de eletrofusão ocorreu a união do núcleo da ovelha da raça Finn Dorset com o óvulo sem núcleo da ovelha da raça Scottish Blackface, dando início à divisão celular: uma célula em duas, duas em quatro, quatro em oito e assim por diante.

Na fase de oito a 16 células, as células se diferenciam formando uma massa de células internas originando o embrião propriamente dito. Após seis dias, esse embrião, agora com cerca de 100 células, é chamado de blastocisto. O blastocisto foi colocado no útero de uma outra ovelha da raça Scottish Blackface que funcionou como "barriga de aluguel". Após a gestação, esta ovelha que é escura deu à luz um filhote branquinho da raça Finn Dorset chamada Dolly.

Apesar do sucesso da clonagem, a técnica apresentou alguns erros:

A ovelha Dolly não era tão idêntica ao doador do núcleo, apesar de herdar da ovelha branca o DNA contido nos cromossomos do núcleo da célula mamária, ela também herdou da ovelha escura o DNA contido nas mitocôndrias, organelas que ficam no citoplasma das células.

Com o passar do tempo foi percebido que Dolly apresentava as extremidades dos cromossomos (telômeros) diminuída gerando envelhecimento celular precoce. Devido ao envelhecimento, Dolly sofria de artrite no quadril e joelho da pata traseira esquerda. Sugere-se que isto ocorra pelo fato de que ela tenha sido criada a partir de uma célula adulta de seis anos (idade da ovelha doadora do núcleo), e não de um embrião.

Dolly foi sacrificada aos 6 anos de idade, depois de uma vida marcada por envelhecimento precoce e doenças. Em seus últimos dias, Dolly estava com uma doença degenerativa e incurável nos pulmões. Os problemas de saúde de Dolly levantam dúvidas sobre a possibilidade da prática de copiar a vida.

Clonagem de seres humanos

 

. A experiência com Dolly foi um marco significativo no campo das clonagens e mostrou ao mundo que o tema é muito mais concreto do que se poderia supor. Imediatamente, surgiram debates sobre a ética na engenharia genética e as possíveis conseqüências da clonagem de seres humanos. Teoricamente, isso já seria possível com a tecnologia existente para a clonagem de ovelhas, vacas e até macacos.

O grande medo da humanidade é que a clonagem de seres humanos seja utilizada de maneira perversa por governos ou grupos inescrupulosos e que acabe por imitar os filmes de ficção científica, produzindo armas humanas e escravas - pessoas sem vontade própria, seres humanos com cérebros lavados ou programados como andróides. A idéia de que podem ser produzidas verdadeiras aberrações semi-humanas nas primeiras tentativas de clonagem também é hedionda e perfeitamente plausível, pois foi o que ocorreu com os primeiros animais clonados em experimentos que não deram certo. As experiências de clonagem apresentam uma taxa de sucesso muito pequena, geralmente de apenas 1%. Além disso, ainda não se sabe muito bem como funciona o corpo de um clone: Dolly, por exemplo, envelheceu muito mais rápido do que se esperava. Esse fenômeno pode estar relacionado ao fato de o clone ser gerado a partir de células maduras.

Há organizações dispostas a investir tempo e dinheiro na tentativa de criar clones de personalidades históricas como Hitler ou Jesus Cristo. Ainda que, hipoteticamente, fosse possível encontrar células com o D.N.A. de Cristo ou de Hitler, os clones seriam geneticamente idênticos e teriam as mesmas características físicas, mas não seriam as mesmas pessoas, tendo personalidades e comportamentos distintos. Não há possibilidade de trazermos de volta à vida pessoas queridas ou vultos da história. Com a conclusão do Projeto Genoma Humano, em fevereiro de 2001, ficou claro que o gene não é tão determinante na constituição humana como parecia ser e que os estímulos ambientais são tão ou mais importantes do que os genes.

Há os que defendem a clonagem de pessoas que desejam, mas não podem ter filhos. É conveniente lembrar que, biologicamente, o clone de uma pessoa não seria seu filho, mas seu irmão - algo como um gêmeo idêntico que levou alguns anos para nascer. Uma nova técnica, porém, mistura clonagem com bebê de proveta. A técnica consiste em utilizar um óvulo doado e retirar seu núcleo. Então, uma célula de qualquer parte do corpo da mulher estéril é colocada no óvulo. Metade dos genes da mulher é retirada e, assim, o óvulo torna-se uma célula haplóide, com 23 cromossomos, podendo ser fecundada in vitro por um espermatozóide e transformar-se em um embrião.

Em agosto de 2000, o governo britânico começou a cogitar publicamente o uso da clonagem humana para fins terapêuticos. Não se trata de produzir bebês clonados, mas embriões para serem utilizados na cura de várias doenças.

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