Nicho ecológico

Nicho ecológico 

O nicho de uma espécie pode ser definido como o conjunto de todas as suas tolerâncias e exigências, isto é, todos os recursos (bióticos e abióticos) que permitem a sua sobrevivência no ambiente.

Embora diversas definições de nicho já tenham sido propostas na literatura, Hutchinson revolucionou o conceito de nicho ecológico ao descrevê-lo de forma quantificável como o hipervolume de variáveis ambientais (bióticas e abióticas), em que cada dimensão corresponde a um estado do ambiente que permite que a espécie exista indefinidamente. Como as dimensões que compõem o nicho de uma espécie são muitas, é impossível esboçar um diagrama de nicho considerando todas elas. Mas, se fosse composto por apenas três dimensões (temperatura, pH e salinidade, por exemplo), poderíamos visualizar o nicho graficamente como um volume – o que nos ajuda a captar a ideia do conceito moderno de nicho.ito ao modo de vida da espécie neste ecossistema.

Para exemplificar, pensemos numa floresta qualquer. Neste mesmo habitat vivem milhares de espécies que exploram o ambiente de diversas maneiras. A serrapilheira onde vive uma espécie de sapinho pode nunca ser explorada por um macaco que vive nas copas das árvores e vice-versa, mas seus nichos certamente se sobrepõem em algum aspecto. Por outro lado, espécies que aparentemente são mais similares em seus requisitos – dois passarinhos frugívoros, por exemplo – podem diferir em diversos outros aspectos menos evidentes, como suas faixas de tolerância a condições ambientais ou seu período de atividade. Mas, ainda que num mesmo local os nichos das espécies se sobreponham em maior ou menor grau, segundo o princípio da exclusão competitiva, duas espécies não podem coexistir numa comunidade se seus nichos forem idênticos, por conta da pressão evolutiva que a competição por recursos exerce.

Como consequência da competição, o nicho que uma espécie de fato ocupa não necessariamente reflete todas as condições e recursos que permitiriam sua sobrevivência, pois ele também é limitado pela presença de outras espécies. Duas espécies que competem por recursos podem diferenciar seus nichos para que possam existir na presença da outra. O conjunto de condições e recursos que permitem que uma espécie exista e se reproduza na ausência de competidores é chamado de nicho fundamental. Contudo, usualmente este nicho fundamental (que a espécie poderia potencialmente ocupar) difere do nicho realizado, que é aquele que a espécie de fato ocupa, em virtude da partição de recursos.

Ao impor limitações à dispersão das espécies, o nicho influencia na geração dos padrões de distribuição dos organismos. Dessa forma, existem ferramentas que permitem prever, a partir da estimativa do nicho de uma espécie, os potenciais locais onde ela poderia ocorrer, o que permite aplicações diversas tais como estudos sobre disseminação de doenças infecciosas, previsões de locais de ocorrências de espécies raras, estudos sobre impactos de mudanças climáticas etc.











Para exemplificar, pensemos numa floresta qualquer. Neste mesmo habitat vivem milhares de espécies que exploram o ambiente de diversas maneiras. A serrapilheira onde vive uma espécie de sapinho pode nunca ser explorada por um macaco que vive nas copas das árvores e vice-versa, mas seus nichos certamente se sobrepõem em algum aspecto. Por outro lado, espécies que aparentemente são mais similares em seus requisitos – dois passarinhos frugívoros, por exemplo – podem diferir em diversos outros aspectos menos evidentes, como suas faixas de tolerância a condições ambientais ou seu período de atividade. Mas, ainda que num mesmo local os nichos das espécies se sobreponham em maior ou menor grau, segundo o princípio da exclusão competitiva, duas espécies não podem coexistir numa comunidade se seus nichos forem idênticos, por conta da pressão evolutiva que a competição por recursos exerce.

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